segunda-feira, 31 de março de 2014

4.7 - Comemorações

Anteontem fiz 47 anos e este é um acontecimento que precisa e merece ser registrado aqui no Blog-Diário.
As comemorações tiveram início na segunda-feira, quando meu amigo, irmão e confidente Robson me chamou pra jantar. Foi uma ótima noite, mas o restante da semana demorou a passar.
Na manhã de sexta-feira eu estava super ansioso pra curtir o final de semana. Meu outro grande amigo Stefan, me chamou para almoçar. Fomos eu, ele e nossas esposas. A conversa estava tão boa que quando saímos do restaurante meu relógio marcava quase 17 horas!
Minha filha havia dito que ela iria cozinhar pra mim no jantar. Ela faz uns pratos incríveis, e tivemos um jantar gostoso e aconchegante, só eu, ela, a Eneida e o Rafael.
Eu havia combinado com os filhos que gostaria de passar o sábado fazendo o trabalho voluntário que sempre faço. Eles reclamaram um pouquinho, mas me deixaram ir trabalhar com a Eneida.
Foi um dia especial. 
Logo de manhã, uma de minhas "clientes" me surpreendeu trazendo uma caixa de "cajuzinhos" (o doce que eu mais gosto!). Eu ADOREI!
Após o almoço, outras duas amigas, a Luciana e a Isabela, me presentearam com um lindo, enorme e maravilhoso bolo de nozes com cobertura de coco ralado que elas mesmas fizeram! Foi um gesto tão inesperado, tão legal! Eu ganhei o dia! Passei o resto da tarde pensando: - que bom poder comemorar o aniversário aqui, fazendo o que eu gosto, na companhia da Eneida... A vida tem sido muito boa pra mim.
E quando eu pensei que as surpresas já haviam acabado, ainda ganhei mais presentes: uma toalha ecológica (Obrigado Eliene!), uma garrafa de vinho (obrigado Irmão Ilson - o vinho vai pra Eneida, mas eu agradeço!) , um bolo de chocolate "low carb" que a outra amiga Isabela fez (delicioso!), e um colar conhecido como "Escapulário", presente da Mirtes - grande amiga. Lindo!
A todas essas pessoas, eu ficava sempre querendo dizer algo como "não precisava se incomodar...", mas eu achava o gesto e os presentes tão legais, tão..  Foi muito bom!
À noite jantamos em casa. Meus pais e meus sogros estavam lá, e a conversa foi bastante animada.
Ganhei de presente camisas, um caderno de anotações com uma mensagem belíssima escrita pelo meu sogro, e um par de tênis de corrida! A noite estava ótima e fomos dormir quase a uma da madrugada.
No domingo acordei tarde, tomei café com a Eneida e as crianças (não resistimos e comemos o bolo da Isabela e da Luciana!) e ficamos conversando sobre a noite passada.
Eram quase 11 da manhã quando eu saí pra correr.
#Partiu Corrida

Meu plano era dar a volta na Pampulha, coisa que eu nunca tinha feito nesse horário num dia quente. Mas eu estava muito animado, então tirei uma foto, postei no Facebook e #partiu Pampulha!
Os primeiros 6km foram muito duros por causa do calor. Na Igreja de S. Francisco parei (1 min 45 seg) pra comprar água e continuei. A água geladinha deu uma refrescada boa! Como a ideia era correr num ritmo bem lento (7min/km), o trote se transformou em um gostoso passeio.
O calor aumentou muito, talvez pelo horário. Minha camisa estava toda molhada de suor. No décimo km comprei outra garrafinha de água e ai aconteceu a melhor parte da corrida:
No sábado, eu havia conversado com a amiga Tatiana sobre a sensação de correr num temporal.
E eis que, justo no dia seguinte, bem no décimo km, cai uma chuva igualzinha à que eu imaginei na conversa!!!!
A chuva gelada, junto com a música gostosa, junto com o tempo abafado, junto com a chuva torrencial... Tudo isso estava FANTÁSTICO!!!
Tive que me segurar pra não aumentar o ritmo, de tão gostoso que estava o percurso! Gastei 2 horas e 4 minutos pra completar a volta e voltei pra casa encharcado! Encharcado mas muito contente!
Voltando pra casa todo molhado

Hoje estou sofrendo um pouco as consequências, as pernas estão doloridas, mas foi muito bom!
E assim se encerraram as comemorações do meu quadragésimo sétimo aniversário. Sinto-me com saúde, sinto-me forte e o melhor de tudo: sinto-me muito feliz.

É Nóis!

sexta-feira, 28 de março de 2014

53 minutos


Ontem foi dia de corrida pra mim! 'Dia' não, foi NOITE de corrida! Pela primeira vez desde que voltei da praia eu pude ir até a orla da lagoa e correr sossegado. Êta treim bom!
Cheguei em frente ao PIC às 19 em ponto e, após uma serie curtíssima de alongamentos (só pra constar nos autos), liguei o iPod e comecei a  curtição.
Foram 8 km feitos num ritmozinho suave e leve. Gastei exatos 53 minutos pra fazer o percurso ao som dORappa e de uma ou outra música estrangeira.
Mal tinha percorrido uns 500 metros e me dei conta de que estava correndo com os óculos (normalmente eu os tiro pra correr, por causa do suor).  Apesar do incômodo de não poder ficar limpando o rosto com a mão (pra não sujar as lentes), correr com os óculos foi bom porque pude observar  detalhes da paisagem e das pessoas que normalmente eu não enxergo.
Voltando pra casa

Quando eu estava no terceiro km, um senhor de uns 50 e tantos anos passou por mim correndo rápido pra caramba. Ele me chamou a atenção por causa da  velocidade e também pelo fato de colocar a camiseta para dentro do short, coisa que só os 'antigos' fazem. Aumentei o ritmo para tentar  acompanhá-lo e vi que ele transpirava muito. Sua pele negra brilhava por causa do suor, fazendo ressaltar os músculos das panturrilhas quando ele  trocava os passos. O cara estava em ótima forma e a única coisa que denunciava sua idade era o branco do bigode e dos cabelos. Tentei correr com  ele mas comecei a ficar ofegante (o sujeito estava a menos de 5:30 min/km, eu acho) e diminui o passo. Poucos metros depois ele olhou pro relógio e  parou de correr (talvez tivesse aumentado o ritmo no km final. Eu gosto de fazer isto às vezes). Continuei a correr sozinho, pensando no tempo em  que 5:30 era um ritmo razoável pra mim. Lembrei-me do meu recorde mundial nos 10km: 52minutos há 4 anos atrás, e então percebi que nunca mais
conseguirei este feito... Mas isto não incomodou. Hoje já não tenho grandes metas de tempo e corro apenas pelo prazer da corrida.
Agora que estou escrevendo este texto, vejo que gastei um minuto a mais (53min) para percorrer 2km a menos do que o recorde. É verdade que eu quis fazer um  treininho leve, e que conseguiria ir mais rápido se desejasse. De qualquer forma, esses números mostram que eu, que todos nós, ficamos um pouco mais velhos a cada dia. Quer dizer: o NOSSO CORPO envelhece a cada dia. Nossa mente terá sempre a idade que permitirmos que ela tenha, não é?
Depois da corrida, comprei a tradicional garrafinha de água e fui curtir meu 'premio' no banco da praça: deitei no banco e fiz um exercício de  relaxamento que estava bom pra caramba! O início foi complicado porque havia um grupo de pessoas que conversavam muito alto, mas consegui fazer 'abstração' olhando pras árvores e curti muito o momento de concentração e descanso. Depois de 10 minutos tirei umas fotos para postar aqui no blog e fui pra casa.
O Rafael havia chamado uns colegas pra lá e a casa estava bem animada. Comemos pão com presunto e queijo, tomando um café fresquinho que a Eneida  fez.
Quando a turma do Rafa foi embora, eu percebi que meu joelho estava um pouco dolorido. Deitei na cama e fiz uma sessão de auto acupuntura (sou bom nisso!).
A noite foi tranquila e o joelho amanheceu ótimo. Hoje à noite correrei novamente: 6km em um ritmo um pouco mais rápido. Depois eu conto como foi.
É Nóis!
suadão

Beba Água!


terça-feira, 25 de março de 2014

#Partiu Férias!


Estou off-line enquanto redijo este texto, então me ponho a pensar... Quanto tempo faz desde a última vez que escrevi algo no blog? Mais de um ano? Talvez...
Se por um lado sinto-me realizado ao lembrar do último post onde narrei minhas peripécias na mais longa corrida que já participei (os 42 km da Maratona do RJ), por outro lado sinto que perdi muito ao abandonar o blog, este meu diário pessoal. As cenas corriqueiras que vivi com a família, alguns dos momentos de êxtase ao correr sozinho pela orla da Pampulha, as trapalhadas com os fones de ouvido (sim, ainda tenho problemas com isso!)... Tudo isto poderia ter ficado registrado no PrimeiroKM, mas eu - em minha infinita preguiça - fui deixando a vida passar...
Agora estou confortavelmente deitado na rede da casa da praia (Piúma Inesquecível, obviamente!) lembrando do breve e inesperado encontro que tive no domingo com meus tios Gilberto e Rita (a Tia Rita, minha eterna madrinha maratônica) no meu restaurante preferido, "a verdadeira comida chinesa". Foi um momento breve. Breve mas descontraído e gostoso. Se eu não colocar isto AGORA no papel (digo, no blog) será um momento que se perderá nas minhas lembranças daqui a um ano ou dois. 
Mas por que lembrar disto daqui a dois anos?
Porque eu QUERO me lembrar! Foi por isto que criei o blog-diário, e é justamente por isto que o estou reativando agora (isto é, assim que eu achar uma lanhouse!).

Já que este é, ou deveria ser, um blog sobre corrida de rua, começo dizendo que já estou inscrito na meia-maratona de BH - edição 2014, que ocorrerá dia 11 de maio. Esta será a prova mais longa que participarei desde a maratona (já fiz outras provas de 21 km, mas não mais longe que isto) e é também uma das corridas que mais gosto!

Estou treinando (ou tentando fazê-lo) na praia durante esta semana. O pai do meu amigo (que também era meu amigo) morreu há 15 dias após lutar por mais de um ano contra um câncer. Passei as últimas semanas pensativo... E resolvi tirar uns dias de folga e fugir pra cá com meu pai e minha mãe.
Folga da mãe!

Viemos na segunda-feira, no batmóvel da Luíza. A viagem foi muito gostosa (eu ADORO dirigir na estrada. Adoro!), mas foi puxada demais para o meu pai. Ele tem Alzhimer, e sua mente ficou confusa desde que chegamos. Ele está bem, se alimenta direito, não sente dor alguma, mas às vezes não se lembra onde estamos. Ele olha para a varanda da casa, seu olhar se demora observando as redes... então ele comenta: "Esta é a casa de Rio Casca!" (cidade natal dele, onde ele nunca mais voltou desde que eu tinha 10 anos e meus avós morreram). Minha mãe explica com paciência que esta é a casa da praia, que ele comprou pra ela há muitos e muitos anos. Dá um nó na minha garganta e, coincidência das coincidências coincidentes - entra uma areinha no meu olho nessa hora. Dói um pouco.

Acho que dói porque eu podia ter aproveitado mais dele enquanto tive chance. Passei tanto tempo na vida tentando mostrar pra ele que eu fiz direito o que ele ensinou a fazer: trabalhar, escolher uma mulher bonita, casar-me com ela, trabalhar mais, criar filhos e vencer na vida. Passei tanto tempo fazendo isto que não vi quando ele começou a envelhecer. Deixei passar essa parte, e agora eu tô vendo que essa corrida não vai voltar mais pra mim...

Lanchando na estrada


Mas pera ai! há também a parte boa, sô! Aliás, toda a viagem tem sido "a parte boa". Começou na própria estrada: eu havia preparado com muito cuidado uma seleção de músicas que eu achava que eles iriam gostar. Deu tão certo que eu vi meu pai pelo retrovisor (ele e minha mãe foramm no banco de trás) batucando com as mãos o tempo todo enquanto minha mãe cantava os sambinhas do jeito dela. Paramos pra lanchar uma ou duas vezes, e então decidimos fazer outra parada para almoçar. Era uma churrascaria na beira da estrada, mas o balcão de saladas estava bonito (parecia tudo fresquinho) e decidimos ficar lá. Meu pai comeu bem, riu um pouco, resmungou um pouco. Uma hora e vinte depois, pegamos a estrada novamente.
o Batmóvel da Iza

Enquanto eu dirigia, minha mente viajou na maionese até um tempo em que ele era quem dirigia o carro nessa mesma estrada. Tínhamos que lanchar rápido (lembro particularmente de uma vez em que minha namorada foi conosco... Ela ficou puta da vida porque sempre tinha que largar o salgado na metade porque meu pai estava impaciente para prosseguir a viagem. Era constrangedor naquele tempo).
Em minha mente, eu fiquei bravo com meu pai no retrovisor. Por que é que tudo tinha que ser às pressas? A viagem na maionese prosseguiu: o que será que EU herdei desse comportamento? Sou bravo demais com as crianças... Eu quero melhorar isto. Aliás, eu TENHO que melhorar isto enquanto ainda posso...
As horas se passam, fica todo mundo quietinho dentro do carro (será que eles ouviram meu pensamento? Ou será que minha cara de mau me denunciou?). Em determinado momento olho pelo retrovisor e vejo os dois dormindo. Pego o iPhone e consigo registrar a cena para a posteridade.
Tirando um cochilo


Minha mãe dorme um sono gostoso no ombro dele. Do jeito dele, ele conseguiu. Sempre foi bravo, turrão, duro. Mas tinha alguma coisa dentro dele que fez com que ela o acompanhasse, que aprendesse a gostar dele, a confiar nele, a cuidar dele. Meu pai sempre foi um cara honesto e trabalhador. Nunca presenciei um momento sequer em que ele se aproveitasse de alguma situação para 'levar vantagem'. "Água dá, água toma", dizia - referindo-se a uma enchente que levou a casa de um político corrupto em sua cidade natal quando ele era criança.

Aqui em Piúma a vida tem sido boa. Sinto verdadeiro e sincero prazer em fazer pequenas tarefas manuais e, com elas, ficar perto dele.
Eu dou banho, levo ao banheiro, troco a roupa, limpo. Também arrumo a cozinha (sou PERFEITO nisto!) e desenvolvi sozinho (após uma experiência inicial desastrosa) uma técnica que me permite fazer suco de laranja com mamão para ele (é bom para o intestino). Tenho feito todos os dias e ele parece gostar muito.
Hoje, além de dar o banho, eu fiz a barba dele. Fui uma coisa tão intensa, tão marcante, que até agora eu fico engasgado de pensar. Exceto por uma única vez há alguns anos, quando ele esteve internado no hospital, eu nunca fiz a barba dele. É um pouco como se eu fosse o pai agora.
Dói.
Mas tem a parte boa também: pela primeira vez na vida (antes, no hospital eu usei barbeador elétrico) eu pude passar a mão pelo rosto dele. Foi gostoso. Foi gostoso pra caramba!
Depois do lanche, fomos à praia. Minha mãe nadou no mar e caminhou enquanto eu e ele ficamos lendo e tomando água de côco, ele me repetindo sempre a mesma reportagem do jornal.
Consegui ler bastante e preparar boa parte do meu trabalho do próximo sábado.
Por volta do meio-dia voltamos pra casa e eis-me aqui, deitado na rede (morra de inveja!!!) olhando as pessoas passarem na rua.
Eu lavei a roupa!

Hoje eu acordei às 4:40 (depois de ter ido dormir exatamente à meia-noite, por ter ficado conversando na varanda com minha mãe. Mas essa história eu escrevo depois. Não há como esquecer) e fui para a beira da praia esperar o sol nascer.
O espetáculo começou às 5:30h, e foi um show incrível! Tudo muito bem ensaiado: as luzes batendo nas nuvens, a ilha estava no lugar certinho para que o astro principal pudesse surgir atrás dela! Quando ele apareceu na tela, foi raio de luz pra tudo quanto é lado! As fachadas dos prédios foram iluminadas, a luz intensa refletia na água do mar deixando um brilho indescritível! Um show só pra mim e para os poucos pescadores e turistas que acompanhavam a cena. Uma coisa absolutamente corriqueira, um show que acontece todo dia. Totalmente grátis e sem sorteio! E que quase ninguém vê! Muitos até olham, mas pouca gente enxerga isto com os tais "olhos de ver". Hoje eu vi! Sorte a minha!










Somente hoje estou conseguindo postar o texto. Chegamos bem de viagem e já estou no lerê. Esta semana terei pouco tempo pra correr, mas pretendo dar a volta na Pampulha (18 km) no domingo. Depois eu conto como foi!



Esta vista é incrível!