domingo, 30 de outubro de 2011

Karatê Kid IX - A hora da verdade na Pampulha




"Quando a oportunidade bate à porta, algumas pessoas estão no quintal procurando trevos de 4 folhas."

Pensei nisto quando o pessoal da Movimenta Desportiva me convidou para correr o Longão com eles hoje. Pela minha planilha, eu deveria fazer 13km, mas pensei: "será uma ótima oportunidade para conhecer pessoalmente a turma da Pé de Pano, trocar idéias e aprender sobre corridas". E foi mesmo!

Como bom mineiro, cheguei no marco zero às 7:40 horas. Só o Carlos havia chegado. Conversamos por alguns minutos e logo apareceram o Toninho, meu Xará da Toninhoo Movimenta e a Kelly, moça simpaticíssima, de sorriso fácil e papo extremamente agradável. Conhecer o Toninho foi totalmente diferente do que eu estava esperando.
Como o Carlos havia me falado muito dele, eu criei a idéia de que ele e seus alunos seriam uma espécie de "elite", uma "tribo" que falaria muitos termos técnicos de corrida etc.
Mas o Toninho é o oposto disto! Dá atenção a todos que o procuram e, quando fala de corrida fica com um brilho diferente no olho. O cara gosta mesmo do que faz.
Pouco a pouco, foram chegando os demais Pés de Pano. Fui apresentado ao Emerson, atleta Pé de Pano que - simplesmente - GANHOU a 10Milhas Puma. Agora o mais incrível: o Emerson não tem nada de "eu-sou-o-bom". Pedi para ele me contar como conseguiu correr tão rápido a Puma, e ele, com toda paciência, me contou da sua rotina de treinos e falou do trabalho que está realizando com a Movimenta Desportiva.
Só a conversa com esse cara já valeu o treino! Eu fiquei tão fã dele que quase paguei mico e pedi autógrafo.
Faltando 5 minutos para as 8, o Toninho reuniu o pessoal em uma roda e começou um alongamento muito, mas muito doido.

Era praticamente um teste de sobriedade. A gente tinha que se comportar como o Daniel San do filme Karatê Kid: Primeiro veio o "Pinte a Cerca", atividade onde tínhamos que segurar o pé com a mão trocada e ficar em um pé só por 20 segundos (talvez os mais lentos da minha vida!), depois trocávamos de pé e mais vinte eternos segundos. Tinha gente se segurando nos carros, nas árvores... Eu senti na pele como é a vida do saci pererê, de tanto que fiquei pulando e tentando me equilibrar num pé só.
O segundo exercício do alongamento era ainda mais estranho. O "Daniel San encera o carro" consistia em ficarmos agachados - agachados não, era como se estivéssemos sentados - só que sem banco. Ficamos assim pela eternidade de 20 segundos.
A essa altura eu já estava pensando que o pior havia passado, já que nada podia ser pior do que aquilo. Mas podia sim! Vendo que alguns de nós ainda estavam respirando, o Toninho mandou a gente ficar em pé, esticar as pernas e encostar a palma - eu disse a PALMA, não a ponta da unha - no chão. Você está ai pensando que isto deve doer muito, né? Não dói não! O que mata mesmo de dor é ficar assim pela eternidade (eu acho que conseguiria dar a volta na lagoa naqueles 20 segundos que não acabavam nunca).
E o "alongamento" prosseguiu assim: como uma sessão de tortura chinesa nível 3. Acabei a sessão praticamente sem condições de correr, mas eu conseguia - finalmente - me equilibrar em um pé só.
Bastaram Uns 5 ou 10 minutos após o término do maldito alongamento para eu poder ficar em pé novamente, apesar da coluna querer permanecer curvada para o resto da vida.
O general Toninho organizou o pessoal (alguns correriam a lagoa toda e outros não) em grupos e lá fomos nós! Partimos em um grupo de quatro, três alunos e o Sansei Toninho.
Meio kilômetro adiante o mestre vira pra gente e diz: "Pára tudo! Esqueci a vaselina!"
Ai eu fiquei com medo! Fiquei MESMO! Meu pensamento imediato foi: "ué, ele já não ferrou a gente o suficiente no alongamento da morte?".
Felizmente a pomada era só para ele mesmo (eu acho!). O cara voltou e nós três continuamos correndo. Pouco tempo depois ele já havia nos alcançado. O cara é fera na corrida! (como eu conheci o sujeito hoje, e como este é um blog público, acho melhor não comentar nada, mas essa coisa de pomadinha anti-assadura é meio frescurite, nénão?  Brincadeira, Toninho!)

Acompanhei o grupo durante os 12 primeiros km. Uma coisa curiosíssima: quando estávamos no nono km, um cachorro apareceu do nada e começou a correr com a gente!
Me deu medinho, mas eu estava no meio do grupo, e não ficaria bem dar chilique. Gritei mentalmente o nome da Tia Rita, minha Fada-Madrinha maratônica, e então usei a técnica milenar do pensamento positivo: "somos 4, então tenho 75% de chance de sair ileso, caso um ataque canino aconteça". Firmei a mente e segui firme. Nem beiçinho eu fiz.
No início da barragem parei para comprar água e a turma se mandou de vez. Eu demorei apenas um minuto ou dois, mas quando olhei, os três ingratos já estavam quase do outro lado da barragem. Eles realmente fazem jus ao nome "Pé de Pano"!

Como eu havia planejado fazer todo o percurso respeitando o limite de 80% da minha fc máx, resolvi continuar no mesmo ritmo.
O único momento de stress foi na barragem. Haviam algumas poças de água e um pouco de barro na pista. E foi ai que percebi a grandeza do Mestre Toninho: "Pinte a cerca, pequeno gafanhoto!" Aquela era "a hora da verdade": Eu teria que me equilibrar no cantinho do passeio para não atolar o tênis na lama. Lembrei do "4" no alongamento e prossegui confiante, o cãozinho pé de pano do meu lado (agora eu já o estava vendo como um amigo, e não mais como ameaça).
É sério, o bicho me acompanhou até a casa do baile!

Cheguei de volta ao marco zero incrivelmente tranqüilo! Quando terminei, a turma toda me aplaudiu! E ainda me deram gatorade! Ô pessoal legal!

Foi a primeira vez em dez anos de corrida que treinei em grupo. A experiência foi muito agradável e espero sinceramente que me convidem de novo para um outro Longão.

Resumo do treino: fiz 17.98km em 1hora e 51 minutos (descontados os minutos que parei pra comprar água). A FC Média ficou em 81%max e, até o fechamento desta edição, ainda permaneço vivo (mas não faço alongamento com o Toninhoo NUNCA MAIS!!! Nota mental: chegar aos treinos sempre um pouco atrasado para evitar ser torturado novamente no alongamento da morte!)

Meus sinceros agradecimentos a toda a equipe pelo carinho com que fui acolhido.
Vocês são nota mil!!!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Longão Pé De Pano neste Domingo! Uhu!!!



"Valorize os seus limites, e por certo não se livrará mais deles"

Me lembrei desta frase assim que li o convite que meus novos amigos (que ainda não conheço pessoalmente!) da equipe Pé de Pano me fizeram pelo blog: Longão na orla da lagoa neste domingo!
São 18km de percurso e, se não estiver chovendo (tomara que não esteja! Por favor, faça a dancinha da anti-chuva assim que ler este trecho: é só por as mãos na cintura, dar uns pulinhos e gritar ula-ula-uga-uga) certamente estará um calor danado! Seria um treino um pouco puxado...

Por outro lado, seria a oportunidade ideal para conhecer pessoalmente a turma que tanto me incentiva - aqui no blog e pelo facebook. Fiquei empolgado! Pela minha planilha, eu deveria correr 13km... Mas tô me coçando todo pra ir no Longão (tá bem, tô me coçando também por causa da maldita depilação de que fui vítima...)!
Agora cedo, ligo o computador e já chega um e-mail do Carlos (grande amigo e parceiro na aventura rumo a maratona de Buenos Aires 2012) chamando para irmos juntos no treino...

Então, como é que eu não vou? É o mesmo que mostrar uma bolsa nova na vitrine do shopping para uma mulher e pedir a ela para não comprar: simplesmente impossível, né?
Então eu TÔ DENTRO!
Com peito depilado e tudo, eu vou nessa!

Isso é uma coisa legal da corrida de rua: se a Pé de Pano fosse uma equipe de, digamos, futebol, todos os membros precisariam estar mais ou menos no mesmo nível técnico para o time conseguir jogar. Mas na corrida é tudo diferente: podemos nos encontrar na largada (7:45hs - não se esqueça!), fazer a maior festa - e corrermos cada um no seu próprio ritmo (ao menos estou rezando para que seja assim!).
O que estou tentando dizer é que a coisa não é competitiva, sabe? treinos de corrida são sérios (digo: não se trata apenas de farrear, não é uma brincadeirinha) mas ainda assim, não são competições, como partidas de futebol.
Em minha opinião (em que pese o fato de eu ser um perna-de-pau total no futebol), é isto que torna este esporte tão diferente, e tão gostoso: mesmo um velho-careca-barrigudo-caquético como eu pode correr ao lado dos mais jovens sem ser discriminado. E isto melhora muuuuito nosso astral e deixa a gente mais jovem.

Bom, devido às inúmeras e constantes reclamações (e ameaças!) que venho recebendo sobre o tamanho gigantesco dos meus posts, sou forçado a encerrar por aqui.
Fica o convite a todos os Pés de Pano (e aos ainda-não-pés-de-pano-também): VAMBORA CORRER NA LAGOA!

O encontro será neste domingo, dia 30/10 às 7:45 horas no marco zero, sendo a largada às 8horas.

Tô com uma idéia doida para este treino, mas por falta de espaço, deixarei para falar disto à tarde (se o horário permitir, porque hoje é sexta-feira brava!). Se você tiver tempo, acesse novamente à noite, blz?

Ah sim, e meus parabéns aos funcionários públicos pelo seu dia!
É falow!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Depilação


Engodo! Essa é a palavra certa para descrever do que fui vítima hoje.
Escrevo pois este texto para que os desavisados que me lêem e sonham em correr a maratona um dia na vida, não caiam no conto do vigário que caí.

No início tudo era empolgação! Fazer dieta, treinar quatro vezes por semana, fazer musculação (horror dos horrores), tomar banho todo dia... Tudo era novidade para mim! E como eu estava muito motivado, encarei a coisa como necessária para minha evolução física, moral, sexual e espiritual; parte do caminho para minha primeira maratona.

Até comecei a desconfiar de algo, quando descobri que a musculação teria que ser feita DUAS vezes por semana (durante TODAS as semanas!). Mas ai conversei com um amigo que tem outro amigo que conhece um cara que correu os 42km de Berlim este ano... Segundo este sujeito, aquilo tudo era normal e totalmente não-abusivo. "É para o seu Beim", me disseram. (dessa eu devia ter desconfiado! Como eles conhecem minha esposa?).
E assim, continuei com minha saga: convenci minha tia a ser minha fada-madrinha nessa empreitada, criei um blog e - não satisfeito, ainda fiz uma conta no Facebook (justo eu, que achava isto o ócio do ócio! Tudo pela maratona)!

Até que chegou o dia em que tive que contar meu plano ao cardiologista. Ele falou que correr maratona é extenuante para o organismo ("extenuante" é o c... Extenuante já é a meia-maratona! Correr 42km deve ser ARRASADOR para o pobre coitado do organismo, pensei eu)!
O "cardio" (viu? eu confiei tanto nele que já estava ficando íntimo e chamando o sujeito pelo diminutivo) me mandou fazer uns exames... "Coisa de rotina", ele disse. "Vai tranqüilo".
Aquela foi minha penúltima chance! Eu devia ter desconfiado do sorrisinho que ele deu quando me entregou o papel do exame...

Mas o trouxa aqui não se tocou! Lá fui eu: marquei tudinho; fiquei 12 horas sem comer; 15 horas sem namorar; tive que fazer xixi no copinho (eu mal consigo acertar o vaso!) e - humilhação mor: o... bem aquele - o nro 2. Tive que faz.. no... Ah, deixa isso pra lá.
Acordei de madrugada, fui ao laboratório, deixei que me furassem. Até sangue eu perdi! 
Tudo em nome da Maratona sagrada!
Todo esforço vale a pena quando a alma é gordinha e precisa fazer dieta pra correr a... (eu só não mato esse Carlos Drummond porque ele já morreu!      Mas não é que o cara era fera... Saudades)

Até ai, tudo bem. Agüentei firme! Nem chorar com a agulha eu chorei (tá bem, chorei só um pouquinho - mas foi longe da mocinha que me perfurou o braço)

Tudo certo. Agora só faltavam dois exames, o eco-cardio-sei-lá-oquê e o teste de esforço. Ecológico eu já sou, então o primeiro exame seria moleza. Teste de esforço não seria um problema para meu corpitcho preparado pelas duras horas de corrida e forjado pelos maus-tratos da malhação na academia da morte. Seria fácil!.

E foi ai que perdi minha ÚLTIMA chance de perceber o golpe!
Ontem, quando a simpática moça da clínica me ligou "apenas para confirmar seu horário amanhã, Senhor!", eu devia ter desconfiado! A dona me pediu discretamente, para levar um - BARBEADOR.
"Mas para que diacho ela quer um barbeador?", pensei. "Será que é para eu ficar bonito para o médico?"... "Seria o Doutor Rick Martin que me examinaria?"
E ao invés de desconfiar da tramóia e desligar o telefone na cara da bruxa malvada, eu fiquei com o pensamento moderninho: "Não! Não posso ser tão quadrado! Agora discriminar médicos pela orientação sexual dá até cadeia... Se o Dr. Rick Martin for bom médico, pra mim tá bom. TUDO EM NOME DA MARATONA SAGRADA!".

Hoje cheguei à clínica pontualmente na hora marcada. Fiz o exame ecológico (que de eco-lógico não tem nada, porque o médico me melecou todo e ficou passando um troço de ultrassom gelado no meu peito) foi tranqüilo. Meio chato, mas tranqüilo. Você já sabe: TUDO PELA MARATO... Pois é.

Findo o exame, esperei uns vinte minutos, e a dona me mandou ir para "o fim do corredor, senhor". E lá fui eu.
No final do corredor me aguardava uma enfermeira com o mesmo sorrisinho estranho do "cardio".
Ela se apresentou como "Capitão Nascimento", digo, "Enfermeira Tânia, Senhor" - e já foi me mandando entrar no banheirinho e trocar de roupa.
"Trocar não, senhor. O senhor vai ficar só de short e tênis. O Senhor entendeu, Senhor zero-dois?"
O que eu podia responder? "Pois não capitão Tânia".
E ela fez a pergunta de acabou com a graça toda do dia de sol:
- Senhor 02, o senhor trouxe o barbeador, senhor 02?
Nessa altura eu já estava me borrando de medo, pensando no que o capitão nascimento faria com o barbeador...
- Deite-se ai, senhor 02. Vamos fazer um eletro no senhor.
- Pois nã... A frase ficou pela metade. A mulher já foi pegando o barbeador com uma mão, enquanto me melecou todo de gel com a outra, e antes que eu pudesse xingar qualquer palavrão, ela me passou a foice - digo, o barbeador.

ME ENGANARAM, caro leitor! FUI TOTALMENTE ENGANADO! Aquilo não era teste de esforço coisa nenhuma!
Era sessão de tortura (talvez para eu aprender a não reclamar da musculação! É um conluio! Só pode ser!)

Fiquei igual a uma galinha depenada! Cadê nessas horas a sociedade protetora dos animais, digo - dos corredores??? Cadê? Cadê?
Não havia ninguém lá para me defender. NINGUÉM!!!
Pensei na minha madrinha maratonística. Chamei seu nome alto: "Tia Ritaaaaaaa"
Mas, como que para calar minha boca, a capitão Nascimento me disse: - a Doutora Cláudia virá agora para o teste de esforço, Senhor zero-dois.

E nada da Tia Rita!!! Onde está nossa fada-madrinha quando mais precisamos dela????

Eis que - no auge do meu constrangimento - chega a "Doutora Cláudia, muito prazer".
- O que trouxe o senhor aqui, senhor 02?
- É que vou correr uma maratona no final do ano que vem, e o cardiologista me pediu...
- Vai correr uma maratona com este peso? (eles haviam me medido e me pesado antes)
- Vou sim, respondi, o constrangimento já dando lugar à indignação.
- com 93kg o senhor não deveria correr nem uma meia, disse-me ela.
Fiquei calado. Puto da vida, mas calado (uma coisa é você mesmo falar que está gordo. Outra coisa é quando alguém te MOSTRA na cara que vc está acima do peso para o que se propõe a fazer. Dói igual a agulha da enfermeira chupa-cabra que tirou meu sangue)

E começamos o exame. A essa altura, eu já havia entendido tudo! Agora sim! Eu sabia que aquilo era só para disfarçar, e que o motivo real para eu estar ali era ser depenado pelas duas almas sádicas.
Mas o que eu iria fazer? Elas eram duas, e uma delas ainda estava armada com meu barbeador. Obedeci cegamente: desci da maca tentando tapar o peito com as mãos e fui para a esteira.
Eu nem falei, mas - talvez para evitar uma fuga - elas me pregaram um monte de fio no peito. Não havia mesmo como escapar. E além do mais, o estrago já estava feito! Eu iria sofrer como homem e agüentar aquilo até o fim!

Doutora Cláudia ligou a esteira e me pediu para caminhar, enquanto capitão nascimento media minha pressão.
Então, Doutora Claudia girou alguma coisa que fez aumentar a velocidade. Continuei caminhando.
Ela mexeu em outra coisa e a esteira começou a se inclinar. Doutora Cláudia pediu para eu segurar nas barras. Obviamente, eu obedeci na hora.
Capitão nascimento mediu a pressão novamente, desta vez apertando a bombinha até esmagar meu antebraço.
Sofri calado - e andando.
Doutora Cláudia girou mais um pouco o botão e me pediu para correr (ainda bem, porque eu já estava quase tropeçando!)
Continuei na minha. Fui ficando cansado, cansado. Doutora Cláudia transformou a esteira em uma parede, e o suor começou a brotar do meu ser.
No final do teste, eu já estava praticamente escalando a esteira, me apoiando nos fios que se conectavam ao meu peito. O braço todo roxo.
É parceiro, o bicho tava pegando!
Ela mediu a pressão uma última vez e me disse suavemente: "Terminamos por aqui, senhor zero-dois" (só faltou ela completar: o senhor não nos serve mais, pede pra sair e desça já daí que vou pegar o próximo paciente para torturar)

Por fim ela avaliou o exame: "seu condicionamento físico é excelente (ela escreveu esta palavra no relatório do exame, acredita?). Sua capacidade cardiorrespiratória também é muito boa. Mas o senhor precisa perder peso se quer correr uma maratona, caso contrário seus joelhos sofrerão demais."
"Além disto", prosseguiu, "emagrecer ajudará muito a manter sua pressão sob controle" (eu sou hipertenso).

Cheguei em casa e procurei apoio em minha filha: "Filhinha, olha só a maldade que fizeram ao papai!" A menina quase engasgou de tanto rir! Em que mundo nós estamos?! Cadê o respeito? Onde a compaixão está?! Mundo cão!
Agora já é noite, e eu - que sempre fico sem camisa, estou aqui com uma blusa ultra-grossa enquanto escrevo meu infortúnio, com vergonha de mostrar o peito para minha esposa... Se tiver alongamento hoje, será com camisa...
E quer saber de mais? Tá coçando pra caraca!

Então fique o leitor avisado: se te "convidarem" para o exame eco-lógico e de esforço, não caia nessa! É só um truque para te depilarem o peito todo!
Bandidos!

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Eu sou Pé de Pano!



Queimei a Língua!
Sabe quando você escuta uma música e aquilo fica na sua cabeça pra sempre?

Se você é aquela (única) pessoa que me lê há mais tempo, deve lembrar que na semana passada escrevi que corri na esteira ouvindo dance music.
No dia eu achei a coisa extremamente torturante, perfeitamente comparável aos cruéis métodos empregados na guerra para fazer os espiões falarem. Lembro de pensar que, se eu continuasse ouvindo por mais meia hora, confessaria qualquer pecado (não importando se o cometi ou não).
Até ai, tudo bem, cada um tem suas preferências - e gosto é como  relógio, cada um tem o seu.
Eu poderia ter ficado caladinho, mas NÃO!
NÃO! Eu tinha que escrever isto num blog! E pior: tinha que escrever NO MEU blog!

É que uma das últimas músicas era um remix da Amy Winehouse. O DJ modificou o ritmo e o som ficou perfeito para correr. Se você corre com música, sabe do que estou falando: aquela cadência 1..2..3 e 4 que "bate" certinho com as suas passadas, sabe?
Acho que eu estava tão put$#@! por não poder ouvir meu próprio setlit, que acabei não prestando atenção e "odiando" a música ambiente.
Mas o som ficou na minha cabeça. Os ingleses têm até um nome para este efeito: "worm sound".
E não é que no dia seguinte (dia de musculação) eu fui propositalmente sem meus fones para tentar "entrar no ritmo". E deu certo!
Abro parênteses para explicar: "entrar no ritmo" é importante para mim porque eu sou o único cara daquela academia que é velho, careca, barrigudinho e metido a corredor (o público em geral é formado por meninos bombadões filhos do Schwarzenegger e menininhas com cara de Barbie.   Como diria o Gugu, "muito triste").
Quando entro lá, as pessoas já me olham de forma estranha. Se eu ponho meus fones então, penso que viro um ET. De sorte que achei que seria boa idéia (não venha com essa conversa de que "idéia" não tem mais acento. Eu já me sinto velho o suficiente...) ir sem o ipod, pra variar. - E foi!
No final da sessão, até pedi ao dono que copiasse algumas músicas pra mim!
Se eu conseguir este remix da Amy, eu posto aqui. Quem corre e curte o som da cantora inglesa vai gostar.

Mas não foi pra isto que eu abri o wordpad hoje.
Eu quero escrever mesmo é sobre a equipe Pé de Pano, na qual tive a honra e o prazer de ser aceito como membro.
É, agora EU SOU PÉ DE PANO!!!!!!!!!!!
Tenho camisa da equipe e tudo! Fui aceito também no "Pé de Pano - Runner's Team", grupo do Facebook (você acredita que sou gerente de TI, Analista de Sistemas há mais de 20 anos e ainda estou apanhando do facebook? Mundo cão! Eta saudade do UNIX...)

Eu agradeço de coração a todos da Pé de Pano. Pertencer ao grupo me trouxe mais motivação e ainda mais vontade de treinar para a corrida da minha vida no ano que vem.
Conto com a ajuda e apoio de todos do time, e espero poder conhecê-los pessoalmente em breve - em uma prova de rua, quem sabe?
Por falar nisto, qual é a próxima corrida de que vocês participarão?

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Secos e Molhados


Depois da tempestade................ vem a gripe.

Foi com este pensamento que acordei na manhã de domingo, a chuva fininha caindo lá fora. Ao lembrar do ditado acima, pensei "melhor ficar aqui debaixo do edredom, grudado na gatinha, do que sair pra correr e pegar um resfriado".
Fiquei um tempão curtindo a cama, a esposa dormindo e a chuva caindo lá fora...
Bastaram alguns minutos de contemplação para a idéia da corrida dar lugar à idéia de acordá-la para fazermos...  exercícios de alongamento.
Antes porém que eu pudesse por o plano em prática, a menina acordou e disse: "Não vai correr, Beim?" Tentei argumentar que "nãaaaaooooo, eu estava pensando em..."
- vai lá Beim - ela disse - as crianças estão acordando, e além disto, correr te faz tão bem!

E é verdade. Gosto de correr. Simplesmente gosto.
Tomei um café rápido e saí para a lagoa da Pampulha. Percorri 12km em 1hora e 19min, com FC a 78%. Foi bem leve, e relaxante.
Como o tempo estava chuvoso, eu tinha a pista praticamente só pra mim. Então decidi correr sem meus óculos (só quem já correu de óculos na chuva sabe a tortura que é quando as lentes embaçam e você não vê mais nada!).
Descobri a maravilha das maravilhas: correr sem óculos (mesmo sem enxergar direito, por causa da miopia) é o MÁXIMO!!! Você não tem aquela coisa "pulando" e "batendo" no seu rosto, pode sentir o vento... É muuuito bom!
Passei pelo percurso onde, na noite anterior, a Fila Night havia sido realizada. Nenhuma sujeira! A estrutura já havia sido desmontada, os banheiros químicos recolhidos, e a rua estava totalmente limpa. Muito legal.
Na volta, parei exatos 2min 04seg. para comprar gatorade, e o vendedor - que é meu amigo - falou que "apesar da chuva, havia uma multidão aqui! Estava muito bonito!" Pena que eu perdi! (leia a resenha que o Carlos postou sobre a FILA, abaixo).

Conclui meu treino sorrindo de satisfação (o alongamento teria que esperar até a noite) e agradecendo mentalmente à esposa pelo incentivo.
Mas ai veio a parte ruim: quando parei de correr, percebi o quão encharcado eu estava (minha mulher tirou uma foto quando cheguei em casa, depois eu posto aqui). Para piorar tudo (e colocar em risco total a sessão de alongamento noturna) eu havia saído com - O CARRO DELA!!!
Em desespero, tirei a camisa, torci o mais que pude e tentei me secar com ela. Depois, peguei a toalha que eu havia levado e forrei o banco. "Seja lá o que Deus quiser", pensei. "Se ela tiver que descobrir, que seja depois desta noite...".
Felizmente a toalha cumpriu bem seu papel e o banco sobreviveu (e eu também!).
Vou me despedindo por aqui. A gente se fala amanhã.

Obrigado ao Carlos pelo texto sobre a FILA (eu quase me senti lá) e parabéns a todos os participantes da prova de sábado.
É falow!

domingo, 23 de outubro de 2011

Fila Night Run 2011


Inicialmente devo parabenizar todos os que participaram da corrida Fila Night Run ou, Fila Night RAIN, sei lá! Correr ontem foi colocar em prática o que o esporte nos ensina: determinação e disciplina.
Vamos falar da corrida agora! Como já era esperado a organização foi excelente, unindo o esporte ao clima de festa com muita música boa e gente animada, apesar da chuva. Aliás, acredito que a chuva ajudou a deixar o pessoal mais animado porque estava muito frio e não dava para ficar parado não!
A corrida teve duas largadas, a dos 5 kms às 19:30 e a dos 10 kms às 20:00, essa idéia foi muito boa porque dividiu um pouco os participantes e permitiu que a corrida fosse ainda mais agradável. Tanto nos 5 kms quanto nos 10 kms tinha muita gente, imagino que tinham ao todo mais de 5000 mil participantes. O DJ mandou bem e rolou só musica boa com muitos efeitos, a largada estava parecendo uma boite, e ainda tinha mais um ponto de som no meio do percurso para animar ainda mais a galera.
Éramos aproximadamente 70 inscritos juntando a Equipe Pé de Pano e a Movimenta Desportiva e ficamos todos debaixo da barraca da Movimenta, sabe-se lá como, mas na hora do aperto tudo se ajeita, afinal debaixo da chuva estava frio e não dava pra ficar.
Bom... como diz o mestre, blog não é para escrever muito, então encerro por aqui.
Agradeço ao mestre por me permitir escrever sobre a corrida e a Equipe Pé de Pano e a Movimenta Desportiva pela infraestrutura e apoio. Vamo que vamo!
Abraços,
Carlos Henrique Diniz Ferreira
Pé de Pano Runner’s Team


sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Disciplina x Flexibilização


Ontem eu havia combinado com minha mulher que, ao sair do trabalho, passaria em casa para irmos juntos à casa do Carlos (Grande amigo e companheiro nessa jornada rumo à 1a maratona).
Iríamos rever a Jaqueline, amiga querida que está na cidade e que estaria na casa do Carlos à noite.
Seria ótima oportunidade para bater um papo e matar a saudade. Meu plano era ficar lá até por volta das 21 horas, e então sair para minha corrida sagrada, passando na volta pegar a turma.
Mas assim que cheguei lá, três coisas me impediram de sair: o sorriso que o Marlus (filhinho da Jacque) me deu, o papo com o pessoal, que estava super-animado, e o pão de queijo que a esposa do Carlos fez!

A essa altura você deve estar se perguntando: esta josta é um blog sobre corridas ou o diário da branca de neve?
Mas, Calma!
Deixe-me explicar: escrevi o parágrafo acima justamente porque, por conta do pão de queijo da Nanda, da conversa com os amigos e do pequeno Marlus, eu acabei não correndo coisa nenhuma! E quer saber? Voltei pra casa feliz da vida (e de barriga cheia! Na faixa!)
Sei bem que o caminho para chegar à primeira maratona envolve disciplina e sacrifício. Mas fui dormir pensando se eu não deveria "flexibilizar" mais a coisa, isto é, não levar tudo a ferro e fogo.
Eu vi que o Mário Romualdo - maratonista experiente a quem ainda não tive o prazer de conhecer, mas que me honra com sua presença aqui no blog - leu meus textos. Então, pensei em pedir conselho não só ao Romualdo, mas também para outros corredores que enfrentam ou enfrentaram problemas semelhantes: temos uma planilha para seguir, mas é mesmo preciso cumprir tudinho à risca? Isto não tornaria a coisa meio... chata?

Hoje é sexta-feira, dia que elegi para meu descanso maratônico. Hoje é dia de pegar a mulherzinha e sair pra curtir. Nem pensar em correr ou malhar (o que significa que não poderei compensar o treino perdido de ontem).
Ah, e olha que legal: amanhã quem escreverá o texto aqui no blog é o meu companheiro Carlos Henrique! Ele correrá a FILA Night e postará aqui sua impressão sobre a prova. Legal, né?

Boa sexta-feira pra você.
É falow!

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Treino em Foco


Ter me proposto a correr a maratona de Buenos Aires 2012 está me fazendo muito bem. Tenho treinado com foco, melhorei a alimentação (exceto nos finais de semana - que corredor nenhum é de ferro!) e, ao cismar de escrever este blog, acabei me aproximando de parentes e amigos com quem há muito não tinha contato.
Entretanto, como tudo em excesso faz mal, comecei a pensar que preciso ir dosando as coisas, para não ficar igual aos Nerds, que só falam de computadores, programas, bits e bytes... (tá certo que este é um blog sobre corrida... mas mesmo aqui - exagerar não é bom, concorda?)
Ao pensar nisto, me lembrei de um texto que vi no site do Fábio Namiuti há algum tempo, e que tomo a liberdade de transcrever aqui:

"Você sabe que está pirando com corrida de rua quando:
- Canelite* te dá mais medo que câncer
- Todas as suas camisetas, sem exceção, são dry-fit
- Definiu o tema de “Carruagens de Fogo” como ringtone do seu celular
- Sua caixa de remédios tem mais antiinflamatórios que a prateleira da farmácia, inclusive aqueles que já foram recolhidos dela
- Quando está na fila do banco, do correio ou do caixa do supermercado, fica com o RG na mão e procurando o comprovante original de inscrição
- E, enquanto não é atendido, fica pensando em quantos quilômetros já podia ter corrido nesse tempo
- Os fotógrafos das provas te chamam pelo nome
- Além de corrida, você faz musculação, power yoga, pilates e tai chi chuan
- Gasta mais na loja de suplementos que no supermercado
- Comprou como souvenir os chips das provas que considera mais importantes; todos os cento e cinquenta
- Usa mais Hipoglós agora do que quando era criança
- Não sabe de cabeça o número do RG, do CPF e da CNH, mas lembra o tempo líquido, bruto, colocação geral, por sexo e por categoria nas suas quinze São Silvestres
- Esquece todo ano do aniversário de casamento, mas comemora sempre o da primeira maratona
- É conhecido na vizinhança como “aquele que corre” ou “o tiozinho atleta”
- Acha que pra “Semente da Vitória” virar a Bíblia, só faltam os números dos versículos
- Entra no Climatempo toda segunda-feira pra saber qual é a previsão para o próximo domingo
- É capaz de converter, de cabeça, km/h em mph e vice-versa; e ambos em min/km
- Acompanha 450 blogs de corredores no Blogspot; e na segunda-feira, fica mandando parabéns pela participação até as onze e meia da noite
- Já foi pra lan house fazer isso quando a internet amanheceu sem sinal"

Bom, eu ia falar sobre geriatria, mas fica para amanhã porque hoje a idéia de "textos curtos" foi pro saco! Então vou parar por aqui pra não encher o seu.

Agora vou pra corrida (ontem foi noite de fazer musculação, então estou louco pra correr hoje!) 
Amanhã a gente se fala novamente.
Ah, já que você teve a paciência de ler o texto todo, deixe um comentário pra mim. Isto está me fazendo muuuuuuito bem!


Fique em Paz. E que brilhe a sua luz.
É falow!

*Canelite é uma inflamação da tíbia, muito comum em corredores

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Música


Há coisas na vida do corredor que ele só percebe o quanto são boas quando elas lhe faltam. Uma delas é a música.

Ontem após 11 exaustivas horas de trabalho, fui correr na academia (prefiro um zilhâo de vezes correr na rua, mas já estava tarde da noite).
Fiz 10km na esteira em exatos 60 minutos: foi bom, gostoso e relaxante.
Mas nem tudo é perfeito nesta vida de Meu Deus!
Assim que eu entrei no recinto, ouvi a música infernal que caracteriza as academias (acho que aquilo é como um hino para eles!). E há uma coisa pior do que ouvir o bate-estaca da dance music enquanto o sujeito faz ginástica: é ouvir o bate-estaca da dance music - ALTO!
Sabedor deste fato horripilante, e no intuito de evitar o desprazer de escutar a música eletrônica enquanto "malho", levo sempre comigo o ipod salvador e meu espetacular fone de ouvido. 
Pois bem, subi na esteira e, enquanto comecei a "trotar" (no dialeto dos corredores, "trotar" significa correr devagarinho para aquecer - porque alongamento é para os fracos!) já fui logo ligando o aparelho salvador.
Qual foi a minha surpresa ao descobrir que o danado estava... SEM BATERIA! - Eu disse SEM BATERIA!!!! A tragédia das tragédias!
A tentação de ir embora foi ENORME! 
Mas eu resisti - caro leitor! Sim, eu dei minha primeira demonstração de persistência maratônica! Passei 1 hora inteira da minha vida correndo, suando igual a um porco (sem ar condicionado e com ventiladores desligados!) e ainda tendo que ouvir aquele barulho ensurdecedor.
E, acredito eu que - para fazer inveja - ainda subiu uma menina na esteira ao lado que colocou calmamente o fone de ouvido e ligou um mp3... Só pra CAMINHAR!!!! A danada não estava nem correndo! Poxa, onde está a solidariedade neste mundo??? Será que a Dona não podia ao menos ter compaixão de alguém  que está treinando para a corrida da vida dele e emprestar o player? Nãaaaaaao! atualmente é "cada um com seus problemas..." Fazer oquê!

Mas eu me vinguei! 

Eu já estava correndo há uns 20 minutos, a cabeça querendo doer com o barulhão, quando entra na esteira do outro lado um sujeito "bombadão" que começa a correr também.
Até ai, tudo bem. Não sou nada competitivo, e um companheiro - mesmo que anônimo - seria muito bem-vindo.
Só que o cara começou a olhar insistentemente para a minha esteira, pra ver a que velocidade eu estava correndo. Olhou uma vez, olhou duas... Quando conseguiu ver meu ritmo (10km/h), ele aumentou a velocidade dele e ficou com aquela cara de "eu sou o maioral". Me deu vontade de colocar uns 15km/h! Mas não dava. Eu precisava seguir meu treino, meu próprio ritmo. Então, continuei com a minha vidinha...
Não se passaram nem 10 minutos e o cara abaixou a velocidade. Eu continuei na minha.
Mais 5 minutos e o cara já estava bufando!
5 minutos mais e o companheiro passou a caminhar ofegante para, após alguns instantes, abandonar definitivamente a "raia".
Ái, não vou mentir: eu me senti O REI! ainda continuei correndo até completar meus 60 minutinhos e saí de lá feliz da vida! Na saída, o dono da academia ainda me cumprimentou dizendo: "tá correndo bem, hein?!" Foi o ápice!
Já sei, já sei: "textos curtos". Vou parar por aqui então. Amanhã a gente se fala novamente.
Boa tarde para você. Fique com Deus.
É falow!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A espera da Madrinha


Se este se propõe a ser um blog sobre maratonas, você deve ter entrado aqui esperando por uma planilha de treinamento, por "paces", tipos de treino, cronogramas... deveriam haver palavras como "fartlek" e o tradicional linguajar de corredores de rua. Ao invés disto, você se depara com o título acima.



Mas já que continua lendo (lhe agradeço por isto!), permita-me explicar:
Eu corro desde 1999. Gosto de correr e adoro participar de provas de corrida de rua. Gosto tanto disso que a corrida já virou um estilo de vida, a coisa já entrou em mim (frase estranha hein?). Assim, treinar não é o problema.
A questão é que treinar para a primeira maratona, no meu caso, envolve variáveis difíceis de controlar. Sei que tenho que ter disciplina; sei que tenho que seguir meu plano de treino; sei que tenho que emagrecer 5kg (estou com 93kg, o que não é nada bom para alguém que tem 1.80m e 44 anos); que tenho que diminuir o ritmo de trabalho e me dedicar mais aos treinos; tenho que... É muito "tenho que" para administrar sozinho.
Assim, convidei uma pessoa a quem admiro mais do que ela própria imagina, para ser minha "madrinha" nesta jornada rumo aos 42km. Não é legal dizer que é a minha tia porque ela pode não aceitar o convite, e ficaria muito chato...
Eu mandei o convite pelo facebook (é, eu agora tenho facebook! você que me conhece, consegue imaginar isto? A que ponto chegamos, né?!?! Fim dos tempos.) e agora não consigo passar mais de 15 minutos sem acessar para saber se ela respondeu...
Ô angustia!!
Meu horário de almoço acabou, o que significa que este post também.
Termino com uma fase de Emil Zatopek (meu ídolo e maior maratonista de todos - eu disse Todos - os tempos):
"É no limite da dor e do sofrimento que os meninos são separados dos homens."
No ano que vem, quero deixar de ser menino para pertencer ao grupo dos homens.
Que Deus acompanhe a todos nós.
É falow!

domingo, 16 de outubro de 2011

Decisão


"Treinar para uma maratona é um ato de fé.
Correr uma maratona é um ato de coragem.
Com fé e coragem, pessoas comuns podem fazer grandes coisas."
Randy Essex

Seja lá quem for esse Randy Essex*, o que ele diz acima parece fazer sentido. Ao menos, eu espero sinceramente que faça,  porque acabo de tomar uma das mais sérias e difíceis decisões da vida: resolvi correr uma maratona!
Não estou falando de andar pelo parque, nem de uma corrida rústica, nem mesmo de uma Meia-Maratona (para quem não é familiarizado com o maravilhoso mundo das corridas de rua, correr uma meia-maratona e viver para contar como foi, já é um feito heróico retumbante), mas sim de "passear" correndo 42 quilômetros sem parar pra nada, nem para beber água.

Quando eu falei disto lá em casa, ninguém entendeu (lógico!) Mediram minha temperatura e falaram para eu não me preocupar, que essa idéia louca me apareceu por causa do stress; que quando eu relaxasse, tudo iria passar...
Então, fui ver meu cardiologista (todo mundo que corre deve ter um). Ele também não entendeu. Não só não entendeu, como ainda insinuou que deveríamos parar a consulta para ele me encaminhar a um colega dele - um psiquiatra!
Saí da consulta puto da vida e fui falar com o Marcelo, meu colega de trabalho, companheiro nas horas ruins e nas péssimas. 
Ele quase me bateu!
Tentei com o meio-irmão Stefan: mesmo resultado: "tá doido? Cê já tá velho pra isso!"
Ninguém me entende...
Mas quando tomei a decisão eu sabia que não seria fácil! Não! Eu não desistiria assim tão facilmente! Peguei o telefone e liguei para o Carlos.

Na verdade, foi o Carlos, meu antigo discípulo (que há muito superou o mestre), quem teve a idéia de viver esta  "experiência de vida", mas essa história eu conto depois.

Para terminar (me disseram que blogs não são livros, e que, portanto, os textos precisam ser curtos porque as pessoas têm mais o que fazer da vida), quero explicar a razão deste blog (prefiro pensar nele como um diário): quando resolvi correr a maratona no próximo ano, percebi na hora que a coisa não vai ser fácil. Não consigo fazer isto sozinho; não consigo fazer só com a ajuda do Carlos. Eu preciso de mais apoio, preciso de incentivo. O blog é pois, a forma que encontrei de pedir a ajuda da esposa, dos filhos, dos meus amigos. Quero relatar este ano de treinos; falar da dificuldade de treinar à noite; de treinar na chuva. O "PrimeiroKM" é então um apelo, uma forma te de pedir que também me incentive, que não me deixe fraquejar. Porque eu quero muito fazer isto.

Fique com Deus.
É falow!

*Randy Essex é jornalista e corredor Norte-Americano