domingo, 8 de janeiro de 2012

Afinal, para que servem nossas madrinhas de maratona?


"Triste não é mudar de idéia. Triste é não ter idéia para mudar."


Após publicar meu último e derradeiro (ao menos assim eu pensava) post aqui no blog, pensei estar encerrando minha curta e nada promissora carreira como escritor.
Redigi o texto, passei o corretor ortográfico (ou você acha que eu já sabia que disciplina se escreve com esse e cê?), colei a foto - aliás, muitíssimo bem tirada pelo fotógrafo Rafael - e me vi naquele momento solitário e triste, que só quem já encerrou um blog sabe: o instante indelével em que o cérebro envia o comando ao dedo para teclar o [enter] e publicar o texto, mas o corpo teima em obedecer e luta para que o [esc] seja pressionado no lugar, cancelando a publicação da postagem. Depois que o post foi ao ar, me senti aliviado. 
Ao menos foi isto que eu pensei naquele instante.


O que eu não sabia é que esse troço de blog é como uma cachaça mineira, aquela "da boa" (eu ainda não bebi cachaça, mas os amigos que bebem dizem que quando é boa, é boa mesmo). Enfim, depois que o sujeito começa, correr e escrever contando são duas coisas que se fundem, e que parecem complementar uma à outra.


Como o cachaceiro que pára de beber, senti nos últimos dias a síndrome da abstinência textuária. Eu corria, chegava em casa, tomava um banho... mas depois ficava faltando alguma coisa.


Então pensei em voltar. Pensei em contar aos meus cinco leitores (que agora devem estar reduzidos dois ou três) o que estava me acontecendo. Mas não havia tempo. Os dias aqui neste planeta têm poucas horas, e há muita coisa para ser feita.
Ainda assim, eu pensava em escrever ao menos um parágrafo... Talvez postar depois... E ia euzinho aqui remoendo estes pensamentos até que as frases que a Tia Rita, minha santa protetora nas corridas, postou no facebook voltaram com força à minha cabeça.
Ela sugeriu que, ao invés de parar de escrever, eu apenas reduzisse o ritmo das postagens, passando a escrever um resumo dos acontecimentos da semana em um só texto.


E são pequenas coisas que mudam o rumo da nossa vida, não é? 
Pois eis que hoje cedo, ao me vestir para o tradicional treino dominical, estava contando à minha esposa sobre as vantagens das meias "anti-bolha" que o meio-irmão caçula Stefan me meu de Natal, quando ela sutilmente me falou: deixa eu tirar uma foto disto, você deveria falar para as pessoas sobre esta novidade.
Foi a gota d água! Ela tirou a tal foto (veja abaixo) e, assim que eu saí para correr, já fui imaginando que me sentaria aqui no café do Shopping (casa do Pão de Queijo do Diammond Mall - excelente!) agora à tarde e voltaria a incomodar meu leitor com estes textos mal escritos.


Retomado pois, o posto de aspirante a escritor, permita-me lhe contar sobre as tais meias anti-bolhas:
Primeiramente, vou lhe situar: Acordei mais tarde hoje (para quem acorda as 6 da manhã todo dia, 8 horas é beeeem tarde!). Lá fora caia uma chuva fininha, que os paulistas chamariam de garoa. É o tempo perfeito para treinos longos. 
Fiz os devidos alongamentos - seguindo agora ordens expressas do meu médico (você acredita que ele prescreveu isto?! juro!), deixei a Eneida fotografar as meias, calcei o tênis e saí para a lagoa.
O Rafael (meu filho mais novo) ficou reclamando um pouco porque eu havia combinado de andar de bicicleta com ele (programa que foi terminantemente vetado pela mãe. "Você vai gripar o menino!"), e segui em direção ao museu de arte.
O plano era dar a volta na lagoa (18km ao todo) só controlando a frequência cardíaca, sem preocupar com o tempo. Liguei o ipod novo (éééééé, leitor amigo. Morra de inveja! Eu agora tenho DOIS - eu disse DDOOOOOOOIIS Ipod's shuffle, tá???!!!! - ganhei um novinho de presente do meu patrão, de amigo-oculto. O melhor presente DO MUNDO! - depois de um carro okm, é claro) e comecei a correr.
Neste ipod eu coloquei um setlist de músicas diferente. Misturei vários ritmos e inseri músicas que eu havia ouvido poucas vezes. Ficou muito legal.
Normalmente, eu costumo caminhar por uns 200 metros, depois correr devagarinho (os experts em corrida chamam isto de "trotar". Mas eu lá sou cavalo por acaso???  Tá bem, não precisa responder!) e, só depois começar a corrida propriamente dita. Só que, quando estava terminando a caminhada, passou por mim um cara com garrafinha de água presa ao cinto. Só usam estas garrafinhas os caras que estão dando a volta na lagoa, então pulei a parte do trote (até porque já estou praticamente deixando de ser eqüino e me tornando humano) e comecei a correr para acompanhar o sujeito.
Corri com ele por 4km, mas o ritmo estava muito rápido para meus 44 anos, então diminui a velocidade e deixei que ele avançasse sozinho. 
E ai ficamos sós, eu e o ipod azul.
Quando passei pela Igreja de S. Francisco, a banda do Jorge Benjor começou a tocar pra mim. Gostei tanto que decidi colocar a música aqui (se você gosta de Jorge Ben, certamente vai adorar esta).
Ao passar pela toca da raposa a chuva apertou, o que deixou o treino ainda mais gostoso. Bastou um segundo de distração, bem na hora em que a Joss Stone ia se apresentar no ipod, para eu enfiar o pé direito numa poça d água gigantesca. Senti o líquido geladinho entrando pelo tênis e, em seguida, minhas passadas começaram a fazer um barulho estranho, um shlept, shlept... parecia que eu estava correndo com sandálias havaianas, mas daquelas que soltam sim - as tiras. Que deselegante!
Faltando cerca de 1km para chegar na AABB, abri o gel com carboidratos que carregava comigo. Eu sei que há um cara que vende água na AABB, então planejei tomar o gel - que tinha sabor de chocolate - um km antes e beber água depois. Eu só esqueci foi de combinar com o cara da barraca. Como estava chovendo, ele obviamente não abriu o estabelecimento - e eu corri os últimos 6 km com gosto de chocolate na boca. E com uma sede terrível também!
Terminei a volta em exatos 120 minutos. Agora são 4 da tarde, e estou me sentindo muito bem. Por ter corrido na chuva, e também por ter voltado a escrever.
Obrigado aos amigos que me mandaram e-mail ou escreveram no facebook me incentivando a não deixar o blog. Obrigado tia Rita, pelo apoio.
Vou parar por aqui e curtir um pouco a família. Graças a Deus a Luíza desistiu do show de rock dos infernos e veio aqui pro shopping também!
Ah, eu ia falar das meias anti-bolha. Resumindo: o troço funciona mesmo! Estou com zero bolhas nos pés, e olha que meu tênis está totalmente encharcado.
Por hoje é isto. Fique com Deus.
É falow!





9 comentários:

Eneida Freire disse...

Aeeeeee, gostei de ver!
Blogueiro, escritor, corredor e guerreiro de verdade não abandona o barco!
(com o perdão do trocadilho por causa da chuva, mas é verdade!)
Gostei de ver a disposição!
Vambora!
Beijo, BeinS2!!!
http://tengasuperacion.blogspot.com

Antonio Horta disse...

Com você apoiando fica fácil, Beim!
Te amo. Beijo!

Marcelo Pizarro disse...

Ae Toninho!!! faça sol faça chuva voce continua firme!!!
Agora voce pisou na poça foi porque voce pensou na possibilidade de esnobar que voce ganha ipod de amigo culto!!! rsrs
Abraços!!!

dinda disse...

ebaaaaa... amei ter vc de volta... estou em Sampa,,, por aki muito calor e sol o dia todo...nadinha d chuvas ou garoas... chegando agora em casa, amei ver seu novo post... so~me não viu? a gente ama ler vc.. beijo

Yeda disse...

Eu tiro ferias "internéticas" e quando volto leio que queria parar o blog??? Assim não vale, não pode desistir, ainda mais treinando para a primeira maratona... E você não escreve mal não, viu??? Excelente 2012 e que neste ano você possa consquistar tudo aquilo que sonha e batalha para conseguir. Bjos Sua 5ª seguidora

Anônimo disse...

graças a Deus Toninho vç voltou, estou aliviada, amanhã se Deus quiser, voltarei tb c/ m/ caminhadas. O ano de 2012 seja p/ nós um ano de g. determinações. inté....de D. Córa.

Antonio Horta disse...

Que doido! Pra quem achou que ninguém se importaria se eu parasse ou não com o blog, ler este monte de comentários no dia seguinte à postagem foi, simplesmente, emocionante. Agradeço do fundo do coração pelo apoio de todos vocês, Eneida, Carlos, Marcelo, Mãe, Pai, Yeda e Railer! Obrigado também pelas frases de incentivo que deixaram lá no facebook! Agora é que eu não paro nunca mais!!!
Valeu turma!!!

tia Rita disse...

enquanto vc se divertia ai correndo no domingo debaixo de chuva, ká estou eu em Sampa num calor... num céu azulzim....só passeando e aproveitando...rsrsrs...
bons treinos ahi amado... até um próximo post...
beijos da dinda...

Carlos Henrique Diniz Ferreira disse...

Um mestre nunca pode abandonar seus discipulos! Para não mestre!