quarta-feira, 23 de maio de 2012

Nunca desista


Caro amigo leitor,
Como sempre, começo o texto com (mais um) pedido de desculpas pela demora em atualizar o blog. Uma fase dura na vida deste aspirante a corredor está por terminar nos próximos meses e o tempo anda muito, muito escasso mesmo.
O assunto sobre o qual quero escrever hoje é sobre uma reportagem que li, e já está em minha cabeça há mais de uma semana. Antes porém de ir direto ao ponto, deixe-me registrar aqui a quantas anda meu treinamento maratonístico:
Graças a Deus, o cardiologista não me proibiu de treinar. Entretanto, só depois do dia 6 de junho (dia do exame ergométrico) ficarei sabendo se posso ou não encarar os 42km do Rio.

Mas como ele me liberou para treinar, assim que obtive o alvará de soltura, fui direto calçar o tênis e seguir pra rua.
Desde então, tenho corrido 10km na academia às segundas, quartas e quintas. No domingo fiz um treino mais longo, percorrendo 20km em duas horas e cinco.
Não me sinto fisicamente cansado, mas tenho que fazer tanto malabarismo para conseguir tempo pra correr, que minha cabeça fica doendo.
O treino mais gostoso foi, obviamente, o de domingo. O dia não estava quente e tudo funcionou direitinho! A sorte das sortes aconteceu no km 14 quando o cara que vende água me viu de longe e já foi pegando o líquido precioso. Consegui concluir os 20km sem parar nem uma vez! Muito Obrigado, senhor da pick-up que vende água na AABB!
Como tudo estava perfeito naquele treino, consegui correr totalmente descontraído. Quando isto acontece, me desligo de tudo e fico pensando... Pensei na vida, família, trabalho, maratona. Pensei na Tia Rita, no Carlos, na Eneida, no meu pai...
É um privilégio ter amigos que inspiram a gente, pessoas que parecem ter entrado na nossa vida pra nos servir de exemplo.
Nas horas em que achamos que não vamos conseguir concluir nossa missão, ver amigos que superam suas próprias dificuldades nos serve de inspiração e nos motiva a ir mais longe, a correr um quilômetro mais, a dar um pouco mais de nós mesmos para superarmos também nossos próprios desafios.

Neste contexto, a reportagem do jornal O Globo que li, ilustra bem o quão importante é a força de vontade para alcançarmos nossa meta. O texto (http://oglobo.globo.com/ciencia/paraplegica-conclui-maratona-de-londres-em-16-dias-4910479) fala de Claire Lomas, que completou a maratona de Londres em 16 dias.
Se você tiver tempo, caro leitor, leia a reportagem. A história é emocionante, vale muito a pena ler.

Desta vez, encerro o post com um convite: dia 3 de junho acontecerá a terceira edição da meia maratona internacional de BH. A edição do ano passado foi uma das provas mais legais que já corri e minha expectativa é de que a versão 2012 seja igualmente legal.
E ai amigo leitor, anima? Bora correr comigo, sô!
É falow!

sábado, 12 de maio de 2012

Hipertensão



Amigo leitor,
Há 3 semanas não escrevo um texto novo aqui no blog. A razão para a interrupção foi a mesma que me fez parar com os treinamentos para a primeira, e cada vez mais difícil, maratona da  minha vida: a hipertensão.
Há dois anos fui diagnosticado com isto. Filho de pais hipertensos e levando a vida acelerada que levo, tenho sempre que me cuidar e visitar o cardiologista com freqüência. A próxima consulta estava marcada para junho, uns 30 dias antes da longa corrida.
Entretanto, num dia desses senti uma dor aguda na cabeça. A visão ficou turva, as pernas bambearam e o batimento do coração subiu.
Por coincidência, no dia seguinte havia exame periódico na empresa. O médico mediu minha pressão e disse que estava 14/9, o que é alto para mim, já que tomo medicamento para controlar a maldita.
Cheguei em casa à noite e medi novamente: 15/9 (o trânsito provoca um stress danado!). Na manhã seguinte marquei consulta com o cardiologista, mas só consegui vaga para hoje de manhã. Por precaução, decidi parar com os treinos. Ainda tenho um prédio pra entregar, uma consultoria pra cumprir, filhos pra criar... E todas estas coisas serão mais fáceis de fazer se eu não sofrer nenhum pipiripaco cerebral.
Graças a Deus, as pontadas na cabeça foram diminuindo até parar após poucos dias.
Mas parar de correr foi uma coisa muito, muito difícil de fazer. E foi por isto que parei também de escrever (sim, eu estou bem Yeda! Obrigado por se preocupar). Talvez este gesto  possa ser interpretado até como certa falta de respeito ao leitor amigo, mas ficar sem correr e ter que escrever sobre isto... Me desculpe amigo leitor, eu simplesmente não consegui fazer isto.
Também não entrei nos blogs sobre corrida que costumo visitar quando tenho tempo. Pensei que assim seria mais fácil controlar a vontade louca de dar uma corridinha.
E isto funcionou, ao menos até a última quinta-feira. Como minha consulta seria hoje, anteontem voltei a academia e corri 9km em uma hora. Foi mega-relaxante! A cabeça não doeu e, como corri devagar, as pernas também não.

Hoje finalmente fui ao médico (consulta bem cara, por sinal) e contei minha história. Ele pegou aquele fone de ouvido gelado dele e passou uns 15 minutos escutando ("auscultando", ele  diz) meu coração e pulmões. Me fez deitar, sentar, deitar de novo. Fez eletrocardiograma, mediu a pressão quando eu estava deitado, sentado, em pé, ajoelhado (tá bem, eu exagerei! ajoelhado não). Enquanto fazia os exames, o doutor foi falando sobre "as bases do tratamento da hipertensão", que incluem alimentação adequada, diminuição do refrigerante, horas suficientes de sono e o pior: o cara quer que eu fique, todo dia, 5 minutos parado "para aquietar a mente", ele disse.
"O cérebro não pode funcionar em alta rotação o tempo todo", explicou.
Falar é fácil, principalmente porque não é ele que tem trabalho pra entregar em julho.
A medicação foi trocada por uma outra, seis vezes (não estou exagerando agora) mais cara, e que não é parte daquele programa "farmácia popular". Resultado: correr a maratona não tem preço, mas controlar a pressão - tem preço sim!
Além disto tudo, terei que fazer aquele exame da esteira para saber se vou poder correr a maratona ou não.
A boa notícia é que o médico me deixou correr "sem exagerar" até o resultado do exame, e amanhã cedo - apesar de ser dia das mães - farei um treinozinho leve.
Não vou negar: este, definitivamente, não foi o texto mais feliz que produzi.
Mas vai dar tudo certo.         Ou não.

Torça por mim, leitor amigo.
Se você for religioso, reze por mim, peço-lhe de coração.

Darei notícias assim que puder.
Ilustrarei este post com uma foto que minha mulher tirou com o celular na quinta-feira, quando eu voltei da academia. Acho que nunca suei tanto!
É nóis!