terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Volta da Pampulha 2011


Domingo, 4 de Dezembro. O despertador tocou as 6 da manhã e, diferentemente dos anos anteriores, eu não senti o friozinho na barriga. Estava muito animado, mas não havia ansiedade.
A turma toda lá de casa levantou cedo e fomos juntos para a Lagoa. O tempo estava perfeito para correr: o céu estava nublado, mas não havia chuva.
Combinei com meu amigo, parceiro de corridas e grande incentivador no projeto Maratona 2012, o Carlos Diniz, de nos encontrarmos na casa da minha cunhada.
Saindo da casa da Lud

De lá, caminhamos cerca de 1km até a largada, num delicioso clima de festa. Só quando entrei pela grade que separa os participantes da "torcida", é que caiu a ficha: eu estava lá de novo! Ia acontecer tudo novamente. Como nos anos anteriores, a família estava junta; os amigos animados. E o vovô aqui teria 18km pela frente.
Mar de gente

Dei um beijo nos meninos, outro - este um pouco mais caprichado - na esposa, e comecei a corrida.
"Comecei a corrida" é força de expressão porque, como éramos 13 mil pessoas na rua, tivemos que caminhar um bom tempo até a multidão começar a se dispersar. Eu mesmo só fui passar pelo pórtico de largada 5 minutos após o início oficial da prova. 
Eu e a Iza

Eu e o El

É nóis!

Cabe uma explicação: para quem não está familiarizado com o maravilhoso mundo das corridas, cada corredor leva um chip eletrônico preso ao tênis, e o tempo de cada participante é medido individualmente por um sensor preso a um tapete no chão. Por este motivo, passar "atrasado" pelo local da largada não é um problema, já que o que "vale" é o tempo líquido de cada um de nós.
o Guerreiro Indo para a batalha

Desde que fiz minha inscrição, decidi que não tentaria bater nenhum RP (RP=Recorde pessoal: nossa melhor marca em determinada corrida) nesta edição. Ao contrário, eu queria curtir a "festa". Meu objetivo era apenas percorrer todo o trajeto sem ficar exausto.
Está ficando apertado aqui, não?!

Liguei o ipod (companheiro inseparável nas corridas) e segui ao lado do Carlos pelos primeiros 6 km. Era gente que não acabava mais!
Carlos faz suas orações e ergue o braço para o deus-Hermes  


Após o sexto km, o Carlos aumentou o ritmo e decidi deixá-lo ir. Mantive meu passo e, como o ritmo estava muito confortável, minha imaginação voou!
Dando um joinha para a câmera da globo (vai ser brega assim lá em casa!)

Durante uma hora, 52 minutos e 52 segundos fiz planos para 2012, pensei nas coisas que fiz durante este ano; comemorei mentalmente os acertos, me lamentei pelos erros que cometi. Sonhei, planejei... Pensei nos meus amigos, nos meus pais, nos filhos, esposa. Lembrei com carinho daquela que escolhi para minha "Madrinha de Corridas". Pensei no trabalho; pensei no outro trabalho; na construtora; na consultoria...

Em determinado momento, me pus a relembrar o jantar da antevéspera, quando saí com a família para comer uma pizza (para as noites de sexta, recomendo um zilhão de vezes a pizza do restaurante Fazendinha!).
Durante o jantar, eu falei do trabalho (eu SEMPRE falo do trabalho) e da expectativa para a corrida. Minha esposa falou da vida dela, o El falou do Judô, a Iza da escola. E ai um fato raríssimo aconteceu: estávamos conversando sobre um assunto qualquer, e a filhota adolescente, não só expôs sua opinião, como falou durante a noite inteira! Eu ADOREI aquela conversa com ela! Pela primeira vez, eu me dei conta de que não estava conversando com uma menina, mas com uma pessoa adulta, e muito inteligente (puxou o pai, essa garota!!!)
Foi uma noite incrível. Foi simples, mas foi inesquecível para mim.

O certo é que, quando acordei do devaneio, já estava passando pelo quilômetro 15! Mesmo assim, preciso confessar que fui um corredor mega-relapso: não fiz força alguma para me concentrar na prova. Aumentei o som da Shakira (waka-waka, se me lembro bem) e segui em frente "na paz".
Peguei correndo dois copos de água em um posto de hidratação (havia bastante água e banheiros químicos espalhados pelo percurso) e me molhei com o primeiro. Nesta hora o pensamento voou novamente e me lembrei de alguma bobagem que falei pro Marcelo no trabalho. O problema é que lembrei disso bem na hora em que eu ia tomar um gole da água do segundo copo. Resultado: me engasguei! Foi uma cena meio nojenta (pessoas mais sensíveis devem pular daqui para o próximo parágrafo): tive que cuspir a água para não piorar a situação engasgatória, e ficou parecendo que eu estava... vomitando!
Um monte de gente ficou olhando com cara preocupada, mas como eu não diminui o ritmo, devem ter pensado que estava tudo bem e que havia sido apenas um surto de loucura, já que - felizmente - ninguém tentou me socorrer.

Carlos correndo os últimos metros com seu filho
Faltando um quilômetro para o final, encontrei minha cunhada com o marido e o filhinho Miguel. Toquei na mãozinha dele e segui em frente.
Nos 500 metros finais vi minha esposa e os filhos. Tentei bater na mão do El, mas não deu tempo (droga!). Terminei a prova com uma sensação boa, um sentimento de que tudo funcionou bem.
abraçar pode, mas beeeem de longe

Voltamos caminhando para a casa da minha cunhada, e todo mundo foi obrigado ficar me ouvindo falar da corrida.
Essa foi minha última prova do ano e, ao me despedir das corridas de 2011, me despeço também do meu tênis Nike Vomero - que correu comigo provas memoráveis como os 20km de Paris e a meia-maratona de BH.
O equipamento que quase ganhou vida nos meus pés vai agora ser aposentado (por causa da falta de amortecimento) das corridas.
Para correr em 2012, comprei um Mizuno hawk (tenho um wave Creation 10, mas não gostei de correr com ele). Espero que ele me traga tanta sorte quanto seu antecessor.

6 comentários:

Carlos Henrique Diniz Ferreira disse...

Correr a volta da pampulha é diferente! É muito bom!
Parabéns! Você fez um excelente tempo e ainda chegou inteiro.
Quando eu crescer quero ser assim! rsrsrs
Que venha 2012!

Anônimo disse...

Parabens, querido Toninho vç está inteirão, continue assim e sempre c/ o apoio da familia isto é importantissimo bjkas p/ tds dai de sua mãe............t

Yeda disse...

Antonio,

Estava aguardando ansiosa pelo seu post. Parabéns pela prova! Excelente resultado! Adorei o relato, me senti correndo também....

Guarde na memória a alegria vivida durante a prova e quando estiver nos longos treinos para maratona, relembre desta prova e porque você corre, isto te dará forças para seguir em frente....
Desta vez não vou desejar bons treinos, apenas bom descanso, pois seu corpo merece.

Abraços
Yeda

Anônimo disse...

meu querido filho Toninho, parabens pelo sucesso na corrida, pois pra frente é que se anda, o esporte é salutar s agradavel abrçs de s/ pai.

Eneida Freire disse...

Foi doido demais!!!!!!!!!!!
Parabéns a você, ao Carlos e a todos os corredores!
Foi muito legal!
Adorei ter ido coo em todo ano e acompanhar os desafios e suas vitórias!
Beijo, beinS2!!!
Obrigadíssima pelo carinho!
http://tengasuperacion.blogspot.com

Tia Rita disse...

Fiz uns comentários aki, mas acho que não foram adicionados... errei no postar com certeza....
amo ler seus posts ... parabéns guerreiro, pela persistência.... parabéns também, pq nota-se que vc é um excelente marido e um pai exemplar... vc é um motivo de orgulho pra todos nós... continue assim...
beijos da dinda...