terça-feira, 5 de junho de 2012

MMI-BH 2012


No último domingo, dia 3, participei com minha mulher da edição 2012 da Meia Maratona Internacional de BH.
Corrida de rua é sempre uma festa, um acontecimento. A coisa toda começa bem antes, no dia de retirar o kit de participação. E desta vez não foi diferente: na sexta-feira fui com a Eneida ao Shopping para pegarmos o tal kit e aproveitei para tirar uma casquinha da esposa (momento raro pra quem tem dois filhos em casa!).
Como tudo que é bom, o passeio durou pouco porque o escravinho aqui teve que ir pro lerê na parte da tarde.
No domingo, acordamos cedinho, lanchamos, trocamos de roupa e ficamos esperando o Pedro, namorado da Luíza. A casa estava com clima de viagem de férias, cada um correndo para um lado... Assim que o Pedro chegou, rumamos para a lagoa da Pampulha.
A Eneida iria correr a prova de 5km, eu havia me inscrito para os 21km e o restante do grupo (Iza, El e Pedro) ficaria na torcida.
A largada da turma dos 21km foi dada pontualmente às 7:30hs (meia hora antes da turma que correria os 5k). Como chegamos na praça faltando 5 minutos, tive que descer sozinho do carro e correr para a largada. Resultado: comecei a corrida sem platéia nem nenhum dos meus colegas corredores por perto. Mas tudo bem, eu estava lá! Era isto que importava.
Como fiquei quase duas semanas sem treinar direito, a prudência me mandou ir devagarinho. Obediente que sou, segui a ordem da consciência e fui só curtindo a corrida, acompanhando o ritmo da multidão.
Ao fim do primeiro km, senti uma pedra entrar na sola do tênis. Bati o pé no asfalto, xinguei um pouquinho e, como nada adiantou, continuei a correr com a tal pedrinha incomodando.
Ao chegar à placa do 7o km, o incômodo já havia se transformado em dor no pé. Não havia outro jeito: tive que parar. Ao tirar o tênis, descubro que a tal pedra era na verdade, a espuma do chip (os tênis Nike vêm com um "buraco" pra guardar um chip. O buraco é preenchido com uma espuma rígida)! Joguei a maldita o mais longe que consegui, calcei novamente o tênis e voltei para a prova. Mas o estrago já estava feito: uma bolha do tamanho de uma pequena moeda havia se instalado no pé esquerdo. Droga! Já fiz trocentas corridas com bolha no pé, de forma que aquilo não foi exatamente uma novidade na minha carreira.

Achei a prova bem organizada, com muitos postos de água. O tempo estava quente e eu pude dar uma de Queniano, jogando um copo inteiro d água sobre o boné (sempre adoro essa parte!). Lá pelo quilômetro 13 bateu uma fome tão grande quanto repentina. O retardado aqui havia comido só um pãozinho com margarina antes de sair de casa. Trouxa! Burro! Mané!
A cada km a fome aumentava mais e mais. Comecei a ficar desanimado, com o estômago embrulhado, cansado e ainda com a tal bolha fazendo o pé latejar. Mas você acredita que, mesmo assim, eu estava curtindo a prova?!
Encontrei uma senhora de uns 50 e poucos anos que corria um pouco à frente, num ritmo parecido com o meu. Apertei o passo até alcançá-la e corri junto com ela por um bom tempo. Até que chegamos ao zoológico. O lugar é lindo! Apesar de ter uma subida longa, o percurso de uns 2km é todo arborizado. Para quem já está todo suado e cansado de correr no sol forte, aquela sombrinha era tudo de bom! Quase no final da subida, notei que a senhora foi ficando para trás. Diminui meu passo até ela ficar do meu lado novamente. Ela agradeceu como se eu houvesse lhe dado um presente caro! "Eu tenho que continuar do seu lado, moço (adorei o "moço"!), se eu ficar pra trás, vou acabar desistindo", ela disse. Corrida de rua tem dessas coisas: não estamos uns contra os outros, e isto acaba gerando um certo espírito de companheirismo, de camaradagem.
Faltando pouco mais de 2km para o final, senti um princípio de câimbra na coxa direita (o que é bem raro. Nem me lembro da última vez que tive câimbras) e resolvi caminhar um pouco. Acenei para que a senhora seguisse o caminho dela e fui até o meio-fio para alongar a perna.
Após uns poucos momentos eu já me sentia pronto para encarar o finalzinho da prova. Voltei a correr mas, nos 500 metros finais, a tal câimbra voltou. Diminui drasticamente o ritmo e um corredor que passava por mim bateu no meu ombro e perguntou se eu estava bem. Ao ouvir que sim, ele falou uma frase "de filme" que vou me lembrar por um bom tempo: "então vem que a vitória é nossa! Não pára!"
Aquilo foi como uma injeção de ânimo direto na veia. Aumentei o ritmo e corri junto com o cara. Uns 100 metros à frente, ele fez a mesma coisa com outro sujeito que estava caminhando: bateu no ombro, perguntou se o cara estava bem e, ao ouvir que ele só estava cansado, gritou para que o cara nos seguisse!
E fomo os três, dois capengas e o "samurai". Quase no finalzinho ainda "arrebanhamos" uma mulher que também estava caminhando. Foi incrível!
Minha coxa já queria me quebrar na porrada de tanta dor quando, nos últimos metros, eu vi minha família! Todo mundo gritava: "vai Toninho! vai Toninho!". O El me deu a mão mas, ao invés de apenas tocar na mão dele, eu a segurei firme. Ele correu comigo e cruzamos juntos a linha de chegada.
Eu e os dois companheiros agradecemos efusivamente nosso amigo anônimo pela força. Ele nos cumprimentou a todos (inclusive o El) e não o vi mais.

Terminei os 21km com a coxa doendo. Acho que, sem perceber, eu devo ter jogado o peso do corpo para o lado direito pra compensar o incômodo causado pela bolha no pé esquerdo. Sei lá.
O certo é que demorei duas horas e 23 minutos para concluir o percurso. Um tempo lamentável. Mas tudo bem. Não fosse a dor na coxa, acho que ainda conseguiria correr mais uns 9 ou 10km. Moral da história: tenho que ficar esperto se quiser fazer a maratona do Rio.
E eu quero!
Encerro este texto convidando a colega de corridas, Eneida, a fazer - ela também - um post aqui no blog, contando como ela encarou os 5km. Fala ai, Beim!

Ah, não posso deixar de mencionar a marca histórica do amigo Carlos Henrique: o sujeito cravou 1hora 50min nos 21km!!! Aê Carlos!!!

6 comentários:

Eneida Freire disse...

Ah, meu BeinS2, primeiramente os parabéns!!!
Você venceu mais uma vez!!!
Ok, posso falar sim sobre a minha maratona dos 5 km! ;P
Foi muito legal!
Beijo!
Sucesso sempre!!!

Carlos Henrique Diniz Ferreira disse...

Parabéns pela sua vitória pessoal. Parece loucura, mas chegar todo quebrado no final ainda nos traz uma felicidade muito grande... só quem corre entende isso. rs
Te espero todos os domingos de junho para treinarmos na pampulha para o Rio. Falta pouco e esse mês tem que ser marcado pela dedicação e superação.

Anônimo disse...

Parabens Toninho p/ vç e o Carlosdois atletas determinados sucesso sempre por aqui continuo na m/ forte torcida abçs p/ vçs de D. Córa

Antonio Horta disse...

Valeu Beim!

Blz Carlos, estaremos juntos lá!

Aê Mãe!!! Num pára com as caminhadas não!!!

Marcelo Pizarro disse...

Toninho!!! Parabens pela corrida fico feliz que voce deixou seu orgulho de ter que completar a prova em uma marca pessoal e preocupou com a grande maratona, mas nao posso posso deixar de fazer uma observação.. PO TONINHO cade o exemplo??? como assim voce jogou a espuminha no chão??? rsrs
Abraços!!!
Marcelo Pizarro

railer disse...

parabéns! e o grande dia se aproxima!