sábado, 11 de fevereiro de 2012

Persistindo no erro


Típica frase do meu Minuto de Sabedoria dOmestre no facebook : "Se você é daqueles que só aprende com os erros, talvez seja melhor não tentar saltar de pára-quedas."
Pois é, meu caro amigo: errar é humano, mas persistir no erro é a minha cara!
Fail! Você está fazendo isto errado!

Depois de uma ótima noite de sexta comendo salgadinho (0800!) e conversando com a família e amigos, acordei bem cedo (6horas) para minha corridinha do fds.
É que ontem, após me ouvir falar que iria correr hoje cedo, meu filho reclamou fortemente - e com razão - que "você não me leva mais no judô" (no último sábado fomos ao clube, e no anterior eu estava trabalhando em São Paulo). Então, fizemos uma aposta: se eu corresse e chegasse a tempo de ir com ele à aula, eu teria o direito de derrubá-lo no tatame com um golpe judoniano mortal.
Assim, acordei cedo, fiz um lanche rápido e parti para a lagoa. Ignorando os conselhos dos corredores mais sábios e experientes (olá Yeda!), o Manezinho aqui pegou o iPod e - pasme! - (vamos, pasme ai!) levou justamente os fones que deixam a borrachinha no ouvido! BURRO!
Eu havia substituído as malditas borrachinhas, então pensei que uma coisa cara e tecnológica não iria fazer aquilo comigo duas vezes. Claro que não!
O objetivo de hoje era correr 18km com fc. em torno de 80%máx. Parei o carro, fiz alongamentos e comecei a correr às 7:25, acompanhado da voz belíssima da Joss Stone. Que "integração com a Natureza" que oquê! Eu quero é curtir a batida da música!
Doce ilusão de um corredor tolo, que não escuta a voz dos amigos... Ah! Por que sou tão cabeça-dura?!
Como você já deve ter previsto, sim! o fone saiu do ouvido (do OUTRO ouvido desta vez!) e a Mer$#@!% da borrachinha ficou encravada lá! Ô gastura!!! ô aflição!!! Deu vontade de bater a cabeça numa árvore, de tanto desespero!
Depois de fazer as manobras de sempre: virar a cabeça, tentar tirar a coisa com o dedo, tentar enfiar a chave do carro na orelha e chorar de raivinha, finalmente aceitei a burrice que havia feito e, uma vez mais, resolvi guardar o fone e continuar correndo. Eu podia ouvir a Yeda e aquele tal monge do meu lado, ambos dizendo: "mas eu não falei que era pra você escutar seu corpo? Hein?? Hein?? "Não disse pra você se integrar mais à natureza? Hein? Hein?"
- É! Vocês disseram! - respondi quase em voz alta.
Apertei o passo e tentei me concentrar o máximo possível na corrida. A idéia da integração com a natureza foi pro saco, porque eu estava perto do Redondo, e haviam milhares de carros passando ao meu lado e fazendo um barulho danado.
Mas depois de alguns quilômetros já não havia mais trânsito, e tenho que reconhecer que a experiente Yeda tem razão: como não havia música, a corrida pareceu mais tranqüila. Pensei na vida, fiz planos, revisei outros planos já feitos. E - sou obrigado a admitir - realmente senti uma certa "integração" comigo mesmo e com o ambiente em que eu estava.
Tudo correu bem até o décimo quinto km, quando comecei a me sentir cansado. Tentei me concentrar e manter o ritmo. Pensei: "já sei, nestes momentos de dificuldade devo prestar atenção à correta execução das técnicas de corrida". Mas havia um pequeno detalhe: eu NUNCA tive treinador, e não faço a menor idéia do que sejam as tais técnicas de corrida! BURRO!
O jeito foi me concentrar na respiração (ao menos respirar eu tenho que saber, né?!) e manter o ritmo. O incrível é que funcionou! Depois de algum tempo a sensação foi embora e terminei o treino com relativa tranqüilidade, tendo levado 1 hora e 53 minutos para concluir a volta, com a fc média de 81%.
Mas não houve tempo para comemoração (e eu nem queria comemorar nada, só queria que a borracha saísse logo do ouvido). Entrei no carro e fui logo ligando para a Eneida, pedindo para ela preparar o El para a "operação pinça na orelha". Assim que ouviu, ela respondeu: "você correu com aquele fone de novo? Que "bom", hein? Boniiiiito!"
Eu sabia que ela não estava se referindo exatamente à minha beleza. Eu iria por certo ouvir uma bronca quando chegasse em casa. Ou não! Posto que a borrachinha no ouvido atrapalhava a audição!!! :)
O Rafa, com a habilidade de um cirurgião, retirou rapidamente o objeto da minha orelha. Só deu tempo pra tomar um banho rápido e levá-lo para o treino do Judô.
Lição do dia: "Sempre escute o que a Yeda diz"!

Antes de eu me despedir, me agüente mais um pouquinho só. Quero compartilhar a decisão que tive que tomar: Ontem à noitinha, meu amigo Stefan e minha comadre (madrinha do El) me pediram para ajudá-los, transportando livros num trabalho voluntário. Depois da reclamação justa do meu filho ("você nunca tem tempo pra mim!"), eu liguei pra eles e disse que não daria pra ir.
Fiquei chateado porque eles não costumam pedir minha ajuda. Se pediram é porque precisavam. Mas eu tinha que escolher, e escolhi deixar de ajudar a atender às crianças carentes pra curtir o filhote. Confesso que não fiquei realmente triste (ao contrário, fiquei foi contente, por ver que o El gosta tanto da minha companhia), mas a idéia de não ajudar me acompanhou durante parte da corrida.
Por sorte o trabalho ainda não acabou, e a comadre me ligou agora (exatos 5 minutos atrás) perguntando se eu poderia ajudá-los agora à tarde. Então, ainda tenho uma última chance de fazer minha boa ação do... Eu ia dizer "do dia", mas é a primeira boa coisa que faço DESDE QUE O ANO COMEÇOU. Serão os corredores os verdadeiros trabalhadores da última hora?

6 comentários:

Eneida Freire disse...

É, realmente dei bronca!
hahaha
Que 'preguiça' dessa coisas tecnológicas que, em vez de facilitar, atrapalham a minha vida!
Mas tudo bem.
Graças a Deus não tivemos maiores problemas com os ouvidos.
Mas agora acho já tá bom, que duas vezes já é número suficiente de sorte para testar os fones.
Que tal usar os fones antigos e deixar a gente sem surpresinha, hein?! :)
Mas o fato é que você está correndo bastante, com fone ou sem fone, preparando-se para a maratona.
Isso é o que importa!
Beijo, BeinS2!

Anônimo disse...

È isso ai Toninho, a luta p/ o sucesso, dever de um corredor e nada melhor do que a sensação do dever cumprido. D. Córa.

railer disse...

sério que tu fez isso? tive que rir...

eu costumo ouvir música só quando corro na academia. na rua é melhor sem nada mesmo.

Yeda disse...

rs rs rs rs Desculpe mas eu não consigo parar de rir... fiquei me imaginando com um diabinho ao seu lado falando para não correr ouvindo música...
O pior é que eu estava em SP correndo com música.... rs rs rs
Conselho número 2 troque seus fones de ouvido por um simples da philips que custa R$10,00, não tem borrachinha e aguenta o suor...
Tem um corredor aí de BH, o Leo Mesquita que trocou o longão do final de semana por quinta-feira, exatamente para poder ficar próximo a familia no final de semana. A corrida é muito bom, mas a familia vem em primeiro lugar. Pense nisso, talvez alguns ajustes no treino possa ajudar.

Unknown disse...

estou rindo muito com sua saga com o fone....

Bacana seu blog! J'a virei seu seguidor...

Fábio
www.42afrente@blogspot.com

Antonio Horta disse...

Acho que aprendi a lição, Beim! :)

Valeu pela força, Mãe!

Railer, antes eu até ia na academia - mas tinha que ser amarrado e com mordaça. Agora nem amarrado eu vou mais... Não consigo gostar da malhação de jeito nenhum! Cruz!

Valeu pelo conselho, Yeda. Às vezes misturamos as prioridades, mas vc tem razão: a família tem que vir primeiro. Ah, acabei "roubando" o fone da minha mulher, e economizei os $ 10!!!

Olá Fábio, muito obrigado pela presença e pelo comentário aqui no blog! Achei o 42afrente.blogspot.com fantástico! Há uma frase lá que traduz bem o espírito do seu blog: "A Por que eu corro? Porque voar minha mente já sabe!"
Correr é estar livre, não é?
Forte abraço.