sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Joelho de Ferro




Há dias bons. E há dias não tão bons.
Há dias ruins. E há dias péssimos!
Mas estou descobrindo aos poucos que, depois dos dias ruins sempre vêm os bons.

Como você certamente não faz a menor idéia do que este modesto autor - rei e mestre das corridas de rua - está falando, por favor, continue lendo:

O relógio do carro marcava 18horas da última sexta-feira. Era véspera de carnaval e o sujeitinho aqui retornava para casa após um dia árduo de trabalho. Faltando cinco quarteirões para chegar em casa, sou acometido pela síndrome do pânico inesperado: ouço um barulho alto e sinto um monte de cacos de vidro batendo na minha cara. De repente, tudo começa a girar à minha volta.
Naquele átimo, naquele ínfimo porém indelével instante, meu cérebro luta consigo mesmo na tentativa de explicar a situação e várias hipóteses são imediatamente levantadas:
- teria eu bebido demais fazendo o mundo girar? Impossível, posto que não bebo álcool;
- seria a alucinação fruto de drogas ilícitas que teriam colocado em meu almoço sem eu saber? possível, mas improvável (já que drogas não custam barato, por que diabos alguém colocaria uma coisa dessas justo no MEU almoço? E mais, eu almocei 3 horas antes! Burro!).
- estaria o mundo acabando, como nas previsões de Nostradamus? Bingo! Pelo menos para mim o mundo parecia realmente estar acabando, já que o carro rodopiava rapidamente em direção ao muro do outro lado da rua!
Depois de uma eternidade o carro para de girar e as coisas vão ficando claras na minha mente. Assim como vai ficando cada vez mais clara no meu joelho uma dor indescritível!
Estava tudo explicado, caro leitor! Não era nada de mundo acabando; nada de extra-terrestre tentando me abduzir.
Eu havia sido vítima de um acidente de trânsito. Há cinco míseros quarteirões da minha própria casa!
Um carro avançou o sinal de PARE e bateu com força na lateral do meu. O impacto foi tão forte que meu carro girou e foi parar em cima do passeio, do outro lado da rua. Todo destroçado.
Na mesma hora, um monte de gente veio correndo me socorrer. Ao ver minha cara de susto e um sanguinho que saia do joelho, alguém falou: - liguem pro SAMU!
Neste momento minha consciência voltou e eu disse - mais para mim mesmo: "que mané SAMU oquê! Peguei o telefone e apertei com força o [2] para fazer a CDEPE*.

Veio polícia, esposa, namorado da filha... Graças a Deus! Nessa hora, ter alguém que você ama (estou falando da esposa - não da polícia nem do Juquinha) é a melhor coisa do mundo. Do mundo não, do UNIVERSO!
Depois de algum tempo, eis que passa pela rua ninguém menos que meu amigo Carlos, companheiro inseparável de corridas - e que provou ser um excelente anjo da guarda dos corredores azarados.
O Carlos me levou pro hospital junto com a Eneida e a mãe do motorista, que havia chegado ao local do acidente e estava mais preocupada com o estado do meu joelho do que com o filho dela (brincadeira, o pai do menino ficou com ele. Graças a Deus ele não se machucou).

Fomos para o pronto socorro, fizemos uma ficha e nos sentamos para conversar enquanto aguardávamos atendimento.
Passados uns vinte minutos, entra uma moça no hospital gritando: "Ele foi baleado! Ele foi baleado!". Falo para as mulheres olharem para o outro lado (a Eneida não é exatamente do tipo que gosta de ver sangue!) enquanto o sujeito passa na maca.
Mais alguns minutos e chega outra ambulância. Mais um cara baleado. Ai já era demais! Falei com o marido da dona por telefone e pedi que ele a convencesse de sair de lá.
Felizmente a Senhora aceitou e eu pedi à Eneida para voltar de carona com ela para casa.

Ficamos eu e o São Carlos. Nós dois sabíamos que eu só seria atendido depois que os dois santinhos baleados fossem devidamente operados, o que seguramente demoraria horas. Muitas horas.
Esperamos algum tempo para ter certeza de que a Eneida já havia ido embora com a mãe do Rubinho Barrichello, e seguimos no carro dela para outro hospital.
Lá, fui atendido na hora e, por coincidência, o ortopedista era meu conhecido.
Felizmente as radiografias mostraram que eu não quebrei nada e, segundo o médico, não há nenhum dano aparente nos ligamentos.
A parte ruim é que ele me mandou tomar remédio por uma semana e ficar 15 dias sem correr - nem caminhar!

Por sorte ele não falou nada sobre o carnaval, de forma que apesar de ficar mancando no sábado e no domingo, na segunda-feira eu consegui ir a uma matinée e - pasme! ainda dancei com a Eneida! (obviamente usei a desculpa do joelho dodói toda vez que pisei no pé dela!).
Deus é muito bom comigo, e não estou sentindo dor alguma. Claro, vou respeitar a recomendação do médico e só voltarei a correr... domingo? Só uma corridinha leve? Quase uma caminhada... Pace de 6min/km, fc a 80%... sol batendo na cara, música tocando alta no iPod... Mal posso esperar!
Que me perdoe o leitor por ter ficado tanto tempo sem escrever. Mas - desta vez - eu tinha ATESTADO MÉDICO!!!
Eu comprei um carro novo. Não! Eu comprei "O" carro novo! Mas depois eu falo sobre ele (até porque este blog é sobre corrida, e não sobre automobilismo!)
É nóis!

9 comentários:

Anônimo disse...

pois é Toninho, filho querido, vç é mesmo iluminado e abençoado por Deus n/ grande Protetor bjs te amamos viu?

Antonio Horta disse...

Também amo você, mãe!

Yeda disse...

ainda bem que seu anjo da guarda tava perto e você saiu inteiro. Agora no retorno não vai abusar da sorte né? Você trocou os fones de ouvido, não trocou?

Eneida Freire disse...

Meu BeinS2!!!!
Papai do Céu é bom pra nós, e protegeu você!
Graças!
Mas, se não me engano, o médico disse 15 dias de molho!
Não vá abusar da sorte!
Juízo!!!!!!!
Beijo!

Marcelo Pizarro disse...

Corre toninho!!! corre no domingo! vai la!!! pra eu me vingar de sexta feira rsrs

Carlos Henrique Diniz Ferreira disse...

Toninho... tudo tem um lado bom!
Isso tudo te fez comprar um carro bacana pra caramba.

railer disse...

que susto, hein!
melhoras toninho!

ps: que tal tirar esta verificação de palavras dos comentários? facilite sempre!

Antonio Horta disse...

Troquei os fones sim, Yeda!!! rsrsrs!
Eu roubei os da minha esposa! São perfeitos (casamento é isto: na alegria e na tristeza, temos sempre que COMPARTILHAR as coisas!)

Você foi companheirona lá, Beim! Não há como agradecer o que vc fez.
Mas veja: os médicos não são exatamente famosos por sua habilidade na matemática. Quando o cara falou "15 dias", ele quis dizer "uns 5 ou 10 dias"... :)

Marcelo, eu só não corri domingo pq sabia que se o joelho doesse você ia pegar no meu pé pro resto da vida! "eu não te disse? eu não te disse?"

Valeu Carlos, semana que vem recomeço a correr, se Deus quiser.
O carro novo está às ordens!

Valeu pelo apoio, Railer! Vou tentar descobrir como tirar a "paradinha" das letras (a Eneida é que é a designer do blog! Eu mal sei escrever os textos e colar fotos! Não sei como consigo viver da informática!)

Tia Rita disse...

Poxa....somente hoje lí seu post do acidente!!!!!!
andei viajando na semana do carnaval e nem conectei por alguns dias.......

mas, graças a Deus que o Senhor te deu um livramento né?!? sem consequências graves...
mas vamos analisar pelo lado bom da coisa: "vc comprou um carro novo"... veja só... que maravilha isso...